Naturalidade

Moçambique

Local de Residência

Ponta Delgada

Nacionalidade

Português

Profissão

Docente universitário

Apresentação Pessoal

Nasci em 1962, sou casado e pai de dois filhos. Da minha infância em África e da minha família de pescadores e agricultores ficou-me o gosto pela natureza que me levou a estudar Biologia. Entrei por concurso em 1987 para a Universidade dos Açores, e nela sou hoje professor auxiliar. Fiz a carreira possível, mas esse percurso obsoleto fere-me todas as vezes que vejo as dificuldades de emprego que enfrentam os meus estudantes.
Neste momento divido o meu tempo profissional entre a docência (aulas e orientações de teses) e a participação em três projetos internacionais no âmbito da investigação, conservação e gestão da biodiversidade.
Até me filiar no LIVRE a minha participação política resumia-se ao voto, sempre à esquerda, do PS ao BE. O resto era técnico- pareceres, estudos de impacto ambiental, projetos de investigação na área da conservação da natureza e da biodiversidade- e didático, inserindo nas aulas as preocupações com a sustentabilidade e com o ambiente. Mas uma crescente perceção do agravamento dos problemas sociais e ambientais, nos Açores, no País e no mundo, levou-me a desejar ter um papel mais interventivo.
A minha maior preocupação atualmente é de nível global e tem a ver com as alterações climáticas. Acho que nesse plano se revelam todas as forças destrutivas cujo poder sentimos todos os dias nas nossas vidas: o lucro como objetivo, a competição como ética, as cortinas do curto prazo e do individualismo escondendo a devastação humana e ecológica do planeta que partilhamos. É por ver as coisas nesse plano que sinto que temos que nos inspirar à escala global para agir localmente- o que defendemos para a nossa freguesia tem que ser compatível com o que queremos para o nosso país e tem que representar um contributo positivo para inverter os processos que destroem a humanidade e a casa onde ela habita. Mas também temos que agir globalmente: temos que nos unir àqueles que, nos fora internacionais da União Europeia às Nações Unidas, têm uma visão de uma sociedade justa e fraterna, vivendo dentro dos limites ecológicos que são conhecidos mas ignorados.

Apresentação de candidatura

Move-me o sonho de Altiero Spinelli, de uma Europa unida numa democracia supranacional. Mas tenho bem claro que este sonho é só uma primeira etapa: a democracia supranacional não pode parar nas fronteiras desta pequena “península da Ásia”. E a razão é simples: os mais graves problemas que afetam cada um de nós são de natureza global, e é a esse nível que precisam de ser resolvidos. A degradação climática, as desigualdades gritantes (entre norte e sul, entre países europeus, dentro de cada país), as guerras e o seu rasto de destruição e sofrimento humano, tudo isto tem raízes supranacionais e tem efeitos em todo o planeta. A ação individual ou mesmo nacional é irrelevante. Mesmo uma Europa verdadeiramente unida pouco poderá fazer para resolver estes problemas. Porque quero então uma Europa democrática? Porque acredito que só a democracia permitirá encontrar as soluções de que Portugal, a Europa, e o planeta precisam. E acredito que na Europa será possível desenvolver e testar os mecanismos de democracia supranacional de que necessitamos à escala global.
Habituámo-nos a ver a democracia como uma competição: vários partidos lutam entre si pelos votos, e ganha quem tiver o maior número. A partir daí, com uma suposta “legitimidade democrática”, os eleitos podem fazer o que quiserem até ao próximo ciclo eleitoral. Isto é, como muitos já perceberam, o nível zero da democracia, o mínimo abaixo do qual não se pode sequer falar em “democracia representativa”. Mas a verdadeira democracia é o consenso, o respeito pela vontade popular, a defesa dos direitos humanos e das minorias.
Em democracia precisamos de representantes, pessoas que num parlamento se dedicam à causa pública a tempo inteiro. A esse nível temos muito a fazer para tornar a representatividade proporcional, para garantir voz a todos os sectores da sociedade. Mas também precisamos de mecanismos de democracia direta, que obriguem os representantes a prestar contas diretamente ao povo. Precisamos de construir, a nível nacional e europeu, mecanismos de controlo cidadão, conjugando de várias formas a democracia direta (referendos) e a democracia deliberativa (assembleias de cidadãos).
Por isto me revejo no programa da Primavera Europeia, que o LIVRE adotou como seu: porque o primeiro ponto é o estabelecimento de uma verdadeira democracia europeia, construída desde a base. Por isto me apresento a estas eleições: porque quero participar no esforço progressista de restituir o poder às pessoas. Elas farão o resto!

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