No 10 de junho, lembrar Alcindo Monteiro e lutar por um Portugal melhor
Celebrou-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Assinalam-se também vinte e nove anos da noite de 10 de junho em que foi assassinado Alcindo Monteiro. Nascido português em Cabo Verde, cabo-verdiano em Portugal até 1991 e português novamente até ao seu assassinato, era parte integrante das Comunidades que celebramos hoje. Assassinado por militantes de extrema-direita, em plena Rua Garrett, em Lisboa, Alcindo Monteiro é uma das vítimas do racismo e da ideologia fascista que não podemos esquecer.
No dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, o LIVRE não recua nem um milímetro na luta anti-racista e anti-fascista, contra os que tentam dividir com ódio. Contra os que, num apelo bacoco à ideia de nacionalidade, querem segregar comunidades e criar inimigos imaginários, nos portugueses ou nos que escolhem Portugal para viver e que aqui procuram um futuro melhor. Quando ia a Lisboa para dançar e se divertir, Alcindo, português, foi assassinado por um grupo de portugueses que viu na sua diferença de cor da pele e vulnerabilidade de estar só uma oportunidade de exercer a violência que a sua ideologia de extrema-direita vê ainda como normal. Contra o ódio, a memória e o amor. Contra o medo da diferença e a desconfiança, a inclusão e a igualdade.
O dia das Comunidades Portuguesas é o dia de todas e todos os portugueses, independentemente do sítio onde nasceram, onde cresceram, da ascendência ou religião. E tem de ser, também, o dia de todas as pessoas que escolheram Portugal para ser o seu país, por fugirem a guerras e a perseguições ou por cá procurarem um futuro melhor.
Numa altura em que a extrema-direita vê normalizada parte do seu discurso, e em que tão frequentemente se questionam direitos fundamentais de minorias, o LIVRE reafirma o seu compromisso com a causa anti-racista e com a defesa de uma vida segura para todas as pessoas. Numa altura em que a extrema direita demoniza e promove ataques a migrantes, o LIVRE trabalhar para tornar Portugal num lugar seguro e acolhedor para pessoas de todas as origens. Celebremos então um dia do Portugal que queremos e pelo qual lutaremos. Inclusivo, igualitário e aberto a todas as comunidades.