NÃO CENSUREM O FUTURO!
- Pela difusão do debate presidencial europeu na televisão e rádio públicas
- Por uma cobertura das eleições europeias esclarecedora e decisiva para Portugal
- Contra uma campanha feita de casos de curto prazo e controvérsias artificiais
À direção de informação da RTP; ao Provedor do espectador:
O LIVRE vem por este meio alertar para a importância da transmissão e cobertura do debate do próximo dia 15 de maio entre os candidatos à presidência da Comissão Europeia para o quinquénio 2014-2019. Esta será a última ocasião para avaliar os programas e as promessas das cinco candidaturas a presidir ao executivo europeu nos próximos anos.
Este debate e este processo eleitoral têm uma enorme importância para Portugal e a Europa. Vale a pena recordar:
- O (ou a) Presidente da Comissão terá a última palavra sobre todas as propostas de legislação a fazer nos 5 anos para 500 milhões de cidadãos;
- Um destes candidatos, ao ser eleito, apresentará todos os orçamentos comunitário entre 2015-2020 — na fase atual, o pouco orçamento de investimento que nos tem cabido;
- Após a cessação de funções da troika, será um destes candidatos o primordial interlocutor de Portugal em todas as questões pós-programa.
É crucial saber como cada um dos candidatos encara o cargo de presidente da Comissão, como pretenderá guiar as suas relações com os estados-membros e os cidadãos, como tenciona combater a crise e o desemprego, e se promete inverter as políticas de austeridade seguidas nos últimos anos.
No entanto, aquilo que é do interesse de Portugal e do seu futuro não tem sido do interesse das nossas elites políticas, partidárias e — infelizmente — nem sequer jornalísticas. A pré-campanha às europeias tem sido usada e abusada para uma sucessão de casos de curto prazo e controvérsias artificiais ou inflacionadas. Tudo a pensar nas próximas cinco horas ou cinco dias, nada a pensar nos próximos cinco anos.
Acusamos os partidos estabelecidos e os seus políticos, bem como os seus émulos noutros partidos, de roubar o futuro aos portugueses ao optarem por este caminho de facilitismo e futilidade, recusando-se assim a cumprirem com o dever básico de ajudarem os portugueses a prepararem-se para o futuro.
O debate do próximo dia 15 é gravado e cedido gratuitamente pela União Europeia de Radiodifusão, de que a RTP faz parte, e tem interpretação para a língua portuguesa. Proceder à sua difusão em canal aberto é uma exigência de cidadania portuguesa e europeia.