Von der Leyen na Comissão é uma traição à democracia na União

Von der Leyen na Comissão é uma traição à democracia na União

O Parlamento Europeu votou ontem a escolha da próxima Presidente da Comissão Europeia, tendo a escolha recaído sobre Ursula von der Leyen, a até agora ministra alemã da defesa.

O nome da candidata passou com apenas 383 votos no parlamento com 751 deputados, tendo ficando apenas 9 votos acima da maioria.

O LIVRE considera a escolha desta candidata uma traição dos Chefes de Estado e de Governo, onde se inclui António Costa, aos princípios democráticos pelos quais a União Europeia se deveria reger.

Ursula von der Leyen não se apresentou como candidata às eleições para o Parlamento Europeu nem era a candidata a Presidente da Comissão Europeia do seu partido europeu (o Partido Popular Europeu). Não participou em quaisquer debates, não apresentou as suas propostas.

No seu discurso no Parlamento Europeu fez promessas vagas para conseguir o apoio de todos os grupos políticos. Para tentar conquistar os votos dos partidos verdes acenou com a proposta de um “Green Deal”, no valor de um bilião de euros.

No entanto esta proposta não poderia estar mais longe do Green New Deal proposto pelo LIVRE, que defende a criação de um plano de investimentos na transição energética e ecológica no valor de 500 mil milhões de euros anuais. Não obstante estas promessas vãs, o Grupos dos Verdes Europeus anunciou que não apoiaria a sua candidatura.

No entanto, Ursula Von der Leyen teve o apoio simultâneo dos eurodeputados do Fidesz Húngaro, partido de Viktor Orban que vetou o candidato socialista Timmermans pelo seu papel na defesa do Estado de Direito neste país, e dos eurodeputados do grupo dos socialistas europeus, nomeadamente com o apoio do PS português, tendo António Costa expressado o seu apoio público a esta candidata.

Para o LIVRE esta posição do PS e do primeiro-ministro António Costa é incompreensível, não defendendo os interesses dos cidadãos europeus e colocando novamente no cargo mais relevante da União Europeia alguém com um perfil conservador e sem a necessária visão para fazer face à emergência climática e à catástrofe ecológica.

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