A comemoração do Dia Mundial do Ambiente remonta a 1972, ano em que as Nações Unidas adotaram uma resolução sobre a necessidade de cooperação a nível internacional para proteção do ambiente, e responsabilizando os Estados no cumprimento desse objetivo.
Embora já tenham passado quase 50 anos desde então, as ações humanas como a desflorestação, a destruição de habitats selvagens, a agropecuária e a pesca intensivas, a mineração desregulada, continuaram a pressionar o planeta para além de limites aceitáveis, contribuíram para acelerar a mudança climática e para a perda galopante de espécies animais e outros seres vivos. Esta situação assenta num sistema económico que se baseia, e reproduz, profundas desigualdades a vários níveis: geográfico, económico, social, étnico e de género.
Face à necessidade de responder a uma crise nunca antes vista, como a que vivemos provocada pela COVID-19, o debate em torno do desenvolvimento não pode ser dissociado da crise ambiental que se está a aprofundar. É urgente alterar o nosso modelo de desenvolvimento, através da redução do consumismo, de uma agricultura baseada em lógicas de produção e consumo local, uma indústria assente na economia circular e fomentar a economia local, solidária e colaborativa. A transição não pode esperar.
Reconhecer a profunda interligação entre humanos e o ambiente à sua volta, a natureza, os animais e o planeta é um passo decisivo para a necessária e urgente construção de um mundo socialmente e ambientalmente mais justo. Por isso, o LIVRE defende que todas as políticas e instrumentos de desenvolvimento – nomeadamente de recuperação da crise da COVID-19, sejam avaliados não apenas no seu impacte ambiental mas também na contribuição para essa necessária transição.