Leiria: Seis anos depois, a Mata Nacional de Leiria ainda espera pela recuperação prometida

Leiria: Seis anos depois, a Mata Nacional de Leiria ainda espera pela recuperação prometida

Seis anos depois do grande incêndio que teve início no dia 15 de Outubro de 2017, e que reduziu a cinzas 86% da Mata Nacional de Leiria, os trabalhos de recuperação dos cerca de 9500 hectares de deserto criado pelo incêndio progridem a um ritmo muito aquém do que foi sucessivamente prometido pelos responsáveis políticos.

O LIVRE Leiria visitou a mata no passado dia 9 de Outubro e pode constatar uma evolução positiva dos trabalhos de recuperação, mas muito aquém do que seria desejável e do que foi planeado. A título de exemplo desta morosidade, foram necessários mais de cinco anos para, finalmente, ser reposto o Parque de merendas do Tremelgo que se encontra no limite da área ardida e é um equipamento muito importante para a população local. Foram também repostos os placares informativos sobre a mata, a sua fauna e flora. Foram plantados pinheiros, limpos os matos e as espécies invasoras em alguns talhões e noutros, por exemplo a norte de Pedreanes, junto à estrada que liga a Marinha Grande à Vieira de Leiria, os pinheiros plantados crescem com sucesso. Infelizmente, os carvalhos e outras espécies autóctones folhosas plantadas em vários pontos da mata, e que são absolutamente essenciais para a biodiversidade e resiliência face ao incêndios, secaram na sua grande maioria, e é essencial que sejam repostos sem repetir os erros cometidos nas iniciativas de plantação anteriores.
Prossegue a luta biológica contra a proliferação da espécie invasora acácia-de-espigas, com a introdução de um insecto predador, e os resultados são cada vez mais visíveis.

Estes pequenos avanços não nos podem fazer esquecer de que, todavia, grande parte dos compromissos assumidos pela tutela não foram concretizados por falta de alocação dos recursos humanos e materiais necessários à sua implementação como proposto pelo LIVRE em sede de discussão na especialidade do Orçamento do Estado de 2023.

O LIVRE continuará a lutar para devolver ao país e, em particular, às pessoas da Marinha Grande, uma Mata Nacional de Leiria mais biodiversa e mais resiliente, que cumpra o seu papel de barreira ao avanço das dunas e da desertificação que esteve na origem da sua plantação mas também no que são os desafios do século XXI, na luta contra as alterações climáticas e para que todas as pessoas possam voltar a usufruir da Mata para a prática de desporto, respirar ar puro ou tão só contemplar a sua beleza.

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