Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito para um novo mandato à frente da Presidência da República. O LIVRE saúda o presidente-eleito e deseja-lhe um bom mandato, fiel ao principal propósito de um presidente da república: respeitar, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.
A candidatura de Ana Gomes alcançou o segundo lugar, mostrando-se a candidatura mais convergente à esquerda, na qual o LIVRE participou e todos os seus membros e apoiantes se empenharam, desde a recolha de assinaturas, às ações de rua, à mobilização em eventos online. Saudamos Ana Gomes pelo contributo democrático que deu nestas eleições, e pelo contributo que continuará a dar ao país.
Saudamos a coragem de Ana Gomes em avançar para uma candidatura difícil, mas necessária. É necessário afirmar os valores da liberdade e da democracia, é preciso lutar pela sustentabilidade ecológica e pelo europeísmo construtivo, é urgente afirmar a justiça social como desígnio da sociedade portuguesa. Ana Gomes é a candidata de todas estas lutas, e também por isso o LIVRE agradece o seu empenho.
A recusa de Marcelo Rebelo de Sousa em participar ativamente na campanha eleitoral contribuiu para que a narrativa destas eleições fosse marcada, em grande medida, pela extrema-direita. A maioria de esquerda que governa o país tem também enormes responsabilidades, desde logo o Partido Socialista, que se encostou à popularidade do atual Presidente e desvalorizou esta eleição, tentando esvaziá-la, não se posicionando nem apoiando a candidatura do seu campo político. Fica agora patente a necessidade de uma resposta coesa e clara da esquerda contra o progredir da xenofobia, da divisão e erosão democráticas, e da falta de empatia. Contamos com todas as forças progressistas e de esquerda para participar nesta luta, deixando de lado a criação de fossos que colocam em causa o avanço do progressismo, de mais ambiciosos objectivos ecológicos e da igualdade em Portugal.
Esta campanha foi também marcada pela abstenção resultante, em parte, da inação do Governo e da Assembleia da República, e que limitou o direito de voto dos emigrantes portugueses no estrangeiro e dos cidadãos residentes em Portugal que se encontravam em isolamento profilático. O LIVRE alerta para a necessidade das próximas eleições autárquicas serem preparadas com antecipação, dando à CNE os meios necessários para que o direito ao voto seja garantido a todos.
O LIVRE continuará sempre empenhado em convergências políticas que melhorem a vida das pessoas, os seus direitos, a igualdade entre todos e a qualidade de vida, e continuaremos a empenhar-nos nessa luta já amanhã, e todos os dias.
Por fim, a extrema-direita não alcançou nenhum dos objetivos a que se propôs, mas ainda assim atingiu uma votação significativa, numa campanha assente em insultos e mentiras para enganar os portugueses e semear a discórdia. Que esta derrota não deixe nenhum democrata sossegado, porque a extrema-direita está cada vez mais organizada no nosso país e apenas uma política convergente de esquerda e apostada em resolver os problemas das pessoas poderá fazer-lhe frente.