Vamos virar esta lógica do avesso?

Vamos virar esta lógica do avesso?

Screen Shot 2013-11-20 at 18.45.28Quando parecia que nada iria mudar, o LIVRE trouxe três grandes mudanças de paradigma à política em Portugal. Uma forma mais clara de fazer política. Uma relação mais confiante com a democracia. Uma atitude não conformista em que nos batemos por um futuro que escolhemos.

 

I. Uma maneira mais clara de fazer política. O LIVRE traz a convergência no coração, mas não faz política por convites. O que significa práticas quotidianas importantes. Antes de mais, a capacidade de receber bem, entre iguais, pessoas muito diferentes e com formas muito diferentes de pensar. É tempo de o meio da esquerda, onde nos situamos, deixar de ser campo de exclusões impostas por lógicas partidárias paralisantes e dirigistas. O que significa também ir ao encontro dos outros, para os desafiar a participar numa democracia deliberativa, nos processos de primárias abertas, sem as contas, feitas à cabeça, dos lugares elegíveis, das distribuiçõezinhas de poder, dos lugares ao sol e das rendas a condizer. O que propomos é outra coisa. No LIVRE tentamos todos os dias fazer o milagre de não sermos um partido de partidocratas. No LIVRE tentamos todos os dias que as consciências individuais de tantos quantos pudermos chamar a participar sejam o ponto de partida e o ponto de chegada do que fazemos.

II. Uma relação mais confiante com a democracia. O LIVRE acredita numa democracia que convoca vontades e inteligências para as causas públicas. Por isso, quando nos dizem que não há alternativa, nós respondemos «Claro que há: Mais democracia!» e explicamos que a alternativa da inteligência dos cidadãos é uma poderosa fonte de soluções que apenas precisa de uma oportunidade de participação para mostrar resultados. É só pôr a democracia deliberativa a funcionar. O programa político para as Europeias que o LIVRE propõe nestas eleições demonstra-o cabalmente. Em poucos meses fizemos um programa que os partidos que mais elegem não fizeram em anos. O LIVRE é também uma oportunidade de envolvimento e mobilização de vontades cidadãs, não partilhando da cultura daqueles partidos que veem nessas vontades apenas cidadãos eleitores. Num tempo em que os usos políticos que se fazem da democracia parecem receá-la, num tempo em que os eleitores são postos à distância sempre que não há eleições, em que a democracia europeia é resumida a um clube de chefes de governo, a democracia nacional resumida a um clube de partidos, a democracia partidária resumida a um clube de dirigentes, a hipótese de trabalho do LIVRE é muito clara — Vamos lá tentar virar esta lógica do avesso e pôr as costuras das decisões que importam a todos nas mãos de todos! Porque a democracia pode ser melhor, muito melhor, do que apenas a pior forma de Governo à exceção de todas as outras.

III. Uma atitude não conformista. O LIVRE recusa-se a ver apenas duas saídas para o país: rasgar a Constituição e andar 38 anos para trás; desistir da União Europeia e andar 28 anos para trás. Se nada se fizer em sentido contrário, muitos dos partidos que nos representarão no Parlamento Europeu optam por uma destas duas viagens no tempo — ou pela viagem atrás no tempo de 38 anos, ou pelo regresso no tempo de 28 anos, ou não dizendo por qual optam, agem como se, lá no fundo, já estivessem resignados à inexistência de outras opções. Nós recusamos qualquer uma destas duas opções porque somos um partido progressista, que não se resigna ao conformismo. Mas, antes de mais nada, porque como milhões de portugueses continuamos a acreditar naquilo que escolhemos ser juntos – portugueses na Europa, europeus em Portugal, sempre democratas, em Portugal e na Europa.

Para as eleições europeias deste domingo, O LIVRE não leva apenas o mais completo programa político entre todos os partidos que irão a votos. Leva também, para o interpretar, a lista certa de candidatos — todos escolhidos em eleição primária aberta, todos cidadãos movidos pelo amor à causa pública e à inventividade da democracia. Os três primeiros, nem de propósito, valorizam cada um dos três “E” que estão no ADN do LIVRE. Carlos Teixeira é um biólogo com um vasto domínio dos problemas e desafios que a ECOLOGIA coloca às sociedades contemporâneas. Luísa Álvares representa com distinção uma geração portuguesa que tem hoje a EUROPA por casa comum. Rui Tavares que, sendo já a certeza de um soberbo eurodeputado, representa a esperança e a necessidade de uma ESQUERDA pelo progresso social, pela emancipação, pela liberdade. Não é impossível elegê-los, um, dois, até os três. Só depende de querermos e de votarmos. Vamos a isso?

 

André Barata, Grupo de Contacto do LIVRE