Terminada a COP21, cimeira do clima em Paris, é chegado o momento de analisar os seus resultados. Desta cimeira saiu um acordo assinado por 195 países que, embora seja vinculativo na generalidade, não o é em relação às metas a atingir pelos países nem no que às questões de financiamento da redução das emissões diz respeito. Assim, sendo um passo na direção certa, o sucesso deste acordo está dependente da boa-vontade dos países na redução das suas emissões e tal , sabemo-lo bem, pode não ser suficiente. Apesar disso, o acordo tem também aspetos positivos.
O facto de existir um acordo assinado por quase duzentos países, responsabilizando todos, dos mais pobres aos mais ricos, pela proteção do clima é um sinal forte dado aos mercados e à indústria de que é preciso alterar o seu comportamento. A referência ao objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5ºC em comparação com valores pré-industriais deve ser visto com bons olhos, pese embora o facto de que com os objetivos individuais que os países apresentaram até agora, ser expectável um aumento de 3ºC, o que acarretará efeitos nefastos para o planeta.
O LIVRE vê a assinatura deste acordo com um otimismo moderado. Congratulamo-nos pelo facto de se ter conseguido chegar a um acordo global – que há vários anos falhava – mas consideramos que este acordo poderia e deveria ser mais ambicioso, nomeadamente em relação ao caráter vinculativo dos incentivos financeiros e principalmente em relação aos valores máximos de emissões de cada país. Continuaremos a trabalhar para que se consiga um modelo de desenvolvimento sustentável e justo e aproveitaremos os ciclos de revisão das metas de emissões – previsto neste Acordo de Paris – para, juntamente com a sociedade civil, pedir mais metas e objetivos mais ambiciosos. Este acordo global vem também realçar a importância que a luta pelo clima, à semelhança de outras, tem e vem reforçar a importância de um partido universalista como o LIVRE, na senda de mais justiça a nível nacional, europeu e global.