Na sexta-feira, 30 de novembro, estivemos em Burlington, Vermont, nos Estados Unidos da América, num encontro do The Sanders Institute em que participaram o próprio Bernie Sanders e a Jane Sanders, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad, Ada Colau, alcadessa de Barcelona pelo movimento Barcelona en Comú, a escritora e jornalista Naomi Klein, os atores Danny Glover, John Cusack, Susan Sarandon e Cynthia Nixon, o economista Jeffrey Sachs, o ativista afro-americano Cornell West e outros ativistas locais, incluindo do vizinho Canadá, e internacionais.
Neste encontro aprofundaram-se as propostas e argumentos para uma política progressista de alternativa ao capitalismo desregulado e que derrote a ascensão da extrema direita e do neo-fascismo: do desendividamento das famílias e em particular dos estudantes ao combate à corrupção, à captura da política por interesses milionários e à urgência ecológica do combate às alterações climáticas e humanitária do acolhimento de refugiados.
No fim de semana, na cidade de Nova Iorque, após um debate muito concorrido entre Yanis Varoufakis e Fernando Haddad sobre o combate aos populismos de extrema-direita no Brasil e na Europa, o LIVRE esteve de novo presente numa primeira reunião preparatória da Internacional Progressista organizada no The People’s Forum de Nova Iorque. Nesta reunião estiveram presentes, além do LIVRE, representantes dos Democratic Socialists of America, do Partido Trabalhista Britânico, da iniciativa Ágora Europa e do DiEM25, além dos próprios anfitriões do The People’s Forum. A nossa preocupação essencial, de resto partilhada globalmente com os outros presentes, foi a de garantir que a Internacional Progressista seja uma organização aberta, transparente e participativa, plural e abrangente, e que não se limite a ser um partido de partidos, coletivos ou personalidades, mas que permita uma real oportunidade de ativismo conjunto para todos os indivíduos de que dele quiserem fazer parte. Identificaram-se áreas de ação prioritárias para a construção de propostas e alternativas – da construção do Green New Deal ao combate à evasão fiscal à escala internacional e à luta pela defesa dos direitos humanos – e exploraram-se possibilidades de realização de eventos futuros à escala nacional, regional ou mundial. Por último, insistiu-se na necessidade de começar a organizar desde já as redes de solidariedade de que necessitarão as pessoas e populações diretamente atingidas nas suas liberdades e direitos cívicos pelos governos de extrema-direita no poder em certos países.
Saímos destes encontros ainda mais convictos da necessidade de mobilizar os progressistas para além das fronteiras do estado-nação e mobilizados pelas reais oportunidades de o fazer que começam a ser criadas. Pela nossa parte, tudo faremos para que os membros e apoiantes do LIVRE, e os nossos concidadãos em geral que se revejam nestes princípios e nesta estratégia, possam participar de forma plena nas decisões que se avizinham e na construção deste espaço político.