Candidata à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Naturalidade

Vila Real de Santo António

Local de Residência

Vila Real de Santo António

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Arquitecta

Apresentação Pessoal

Olá!

Sou a Marta, de Vila Real de Santo António, cidade onde cresci e onde sempre volto.

Estudei em Lisboa e vivi 11 anos em Berlim, onde trabalhei como arquitecta e onde voltei a estudar com o objectivo de desenvolver um projecto para VRSA, que servisse para activar a população da minha terra, único caminho possível para resgatar a sua memória e responsabilizar quem a tem destruído.

Assim, realizei primeiro um documentário sobre o estado da cidade e fiz investigação junto da população para compreender a sua forma de relação com o lugar em que vive. Finalmente, criei o Arquivo da Vila, um arquivo totalmente feito de contribuições dos habitantes e onde se pensa a cidade, a partir do passado, mas fazendo sempre a ponte para o presente e para o futuro. Com este fim, desenvolvi uma série de passeios, oficinas, jogos, etc., onde se treina a observação e a imaginação da cidade a partir do material histórico (das histórias e não da História) recolhido. Este projecto acabou por dar origem à tese „Arquivo da Vila – um arquivo como dispositivo para a re_activação do vínculo ao lugar”.

Recentemente, fui admitida no curso de doutoramento de Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos, no ISCTE, para continuar a investigação já iniciada sobre VRSA e os seus habitantes.

Conheço o LIVRE desde 2014, sempre me reconheci no L e sempre votei L. Apoiante, desde Maio 2019. Membro, desde Março 2020. Sou co-coordenadora do Grupo de Trabalho Comunicação da Assembleia do LIVRE e do Círculo Temático Esquerda (em cessação de funções neste último), co-organizadora do 25 de Abril LIVRE de 2020 e 2021 e membro do GCL Algarve. Diariamente, no Ponto LIVRE, a nossa plataforma interna de trabalho, vou tentando activar a participação de membros e apoiantes e agilizar o trabalho colaborativo, através dos guiques livres.

No LIVRE e na vida, defendo que a forma como fazemos o que quer que seja é, em si, política. Por isso, procuro no dia-a-dia ser honesta, coerente e consequente; fazer realmente – com matéria e com as mãos – aquilo que desejo para a sociedade: uma sociedade radicalmente democrática e sustentável.

Fora disto, um dos meus grandes interesses é conhecer lugares e pessoas que não conheço e experimentar fazer coisas que nunca fiz. Mais perto, gosto de um bom cinema, de uma boa música, de cozinhar e – muito e mais importante! – de dançar e de caminhar; do movimento do corpo no espaço; do contacto do corpo com o chão.

Redes Sociais

 

Apresentação de candidatura

Pergunto-me sempre como posso realmente contribuir para melhorar o mundo em que vivemos. Qual a minha responsabilidade? O que estou aqui a fazer e para quê?

Cresci em Vila Real de Santo António, sem pensar muito nisto. Toda a gente dizia: tens de sair daqui, aqui não há nada!. Foi assim que eu, como muitas outras pessoas, fomos sendo preparadas desde crianças para deixar a nossa terra.

Até que a deixei, para ir estudar para Lisboa. No constante sair e voltar, fui-me apercebendo de duas coisas: 1) que tenho um vínculo ao lugar onde cresci mais forte do que pensava; 2) que esse lugar se ia descaracterizando a uma velocidade cada vez maior. Estas constatações levaram-me a querer agir em relação a este contexto, porque, afinal, sou responsável por este lugar (se não forem as pessoas que sentem um vínculo ao lugar a fazer pela sua terra, quem o fará?).

Esta tomada de consciência da minha responsabilidade só se desenvolveu porque a sementinha foi plantada ao longo de muitos anos: a minha família sempre trouxe para a mesa as suas histórias da resistência e da participação locais.

VRSA é o concelho com maior dívida por habitante do país; há sérias suspeitas de corrupção; a cidade ruma à descaracterização total; a memória tem sido apagada; água e lixo privatizados; sem cinema nem teatro e com os media muito pouco críticos do poder local. Consequência e causa, os habitantes expressam-se pouco, ou porque têm medo, ou porque se habituaram a não ter poder.

Através da investigação que realizei nos últimos anos, fiquei a entender que as pessoas da terra escondem um potencial imenso. A crítica e a vontade estão lá – apenas adormecidas. É preciso acordá-las. Para que a população volte a participar activamente e contribua para a reconstrução deste concelho desintegrado, é necessário um executivo que a tenha em conta; que a inclua; que seja aberto; que tenha a vontade de fazer e de experimentar com a população. E é aqui que eu penso que o espírito e a maneira de fazer do LIVRE são essenciais na reconstrução desta terra.

Desde 2018 que tento, em VRSA, fazer diversas forças políticas convergir naquilo que penso ser a melhor forma de reconstruir o concelho. O único partido que se mostrou aberto ao diálogo pré-eleitoral foi o PS. Candidato-me, assim, à Câmara Municipal de VRSA, em acordo coligatório entre PS e LIVRE, com a vontade de aplicar os princípios e as ideias do meu partido na minha terra. Mais e melhor, não poderia desejar.