Candidata à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

Naturalidade

Portugal

Local de Residência

Vila Nova de Gaia

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Investigadora

Apresentação Pessoal

Sou a Ana Poças, gaiense, natural de Canidelo, cresci em Vilar de Paraíso e vivo em Pedroso, mas perto de Canelas. Vivi 10 anos na Holanda onde estudei e trabalhei como investigadora nas áreas de desenvolvimento sustentável, sustentabilidade urbana e sistemas de consumo sustentável. Na Holanda participei e ajudei a criar a Rede de Decrescimento holandesa e o grupo holandês dos Scientists4Future, grupo de activismo e advocacia climática, e participei noutros grupos de activismo climático. Acompanhei o Livre à distância, mas desde o início, tendo assistido à sessão de apresentação no Porto, a 31 de Janeiro de 2014.
Voltei para Portugal um mês antes da pandemia chegar, porque queria envolver-me em movimentos por mudanças cá, contribuir para um futuro habitável para toda a gente, justo e ecológico.
Estou a terminar o doutoramento e faço parte de colectivos relacionados com o decrescimento e com a promoção do uso da bicicleta em cidades.
Na minha investigação tenho concluído que, a sociedade de consumo, embora seja geralmente vista como causada pelas acções individuais de milhões de pessoas (os “consumidores”), na verdade, é, no seu cerne, o resultado óbvio, intencional e directo de um sistema capitalista que depende e promove activamente o crescimento exponencial da produção e do consumo.
O decrescimento, para além de diagnosticar as raízes das crises que vivemos (de injustiça social, climática, ecológica), é um apelo para re-imaginar e re-inventar como nos organizamos e vivemos em sociedade. A motivação central da sociedade deverá ser como melhor cuidar de toda a gente e dos ecosistemas dos quais
dependemos, em vez da fixação cega com o crescimento económico.
Acredito na importância fulcral das ideias e da imaginação, como condição necessária à germinação de experiências, e à criação de alternativas que contribuam para uma sociedade mais justa, convivial e sustentável. Há um provérbio inglês e holandês que diz “onde há vontade, há uma maneira”. Precisamos de congregar vontades, e imaginar colectivamente cidades muito mais agradáveis e justas onde viver, e depois, pragmaticamente, torná-las realidade.

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Apresentação de candidatura

Candidato-me a Vila Nova de Gaia porque quero desafiar quem cá vive a imaginar como é que Gaia se poderia tornar num território muito mais funcional, agradável e inclusivo. Gaia é um concelho rico em diversidade de paisagens e multiplicidade de centros, história e identidades, pelos seus inúmeros lugares e 15 freguesias. No entanto, a inexistência de uma verdadeira rede de transportes públicos dificulta o acesso ao emprego, às escolas, aos serviços, à cultura, ao comércio, e aos locais de interesse que existem espalhados por todo o município.
Os meus avós, oriundos de Gondomar, e tendo vivido no Porto, mudaram-se para Gaia no anos 60, por encontrarem cá alojamento acessível, como tantas outras famílias. As mudanças em Gaia nestes 60 anos que passaram, são quase inimagináveis, à semelhança do que ocorreu pelo país fora. Refletir nas mudanças profundas que ocorreram, leva-nos a reconhecer que se tudo mudou tanto, também pode voltar a mudar. Como
transformar Gaia num território com capacidades ao nível do que é requerido no século XXI? Com espaços verdes públicos, acessíveis a pé, a toda a gente? Com espaço público convidativo aos jovens, crianças e idosos que tantas vezes confinam em casa por falta de condições de transporte, e de espaços seguros, confortáveis e agradáveis onde estar.
Precisamos de uma excelente rede de transportes públicos, de ruas seguras com passeios, e agradáveis, com árvores (sombra) e flores. Precisamos de bancos pelas ruas, para quem tem dificuldades em andar e precisa de pausar amiúde. Precisamos de zonas 30 em todas as zonas residenciais, para que as crianças possam brincar lá fora em segurança. Precisamos de ligar todas as freguesias, os seus centros, escolas, zonas de emprego, as zonas ribeirinhas e da beira-mar com ciclovias e zonas de velocidade 30, para que o uso da bicicleta e meios
suaves seja uma opção óbvia e segura para um muito maior número de pessoas.
Em tempos de crise climática, social e ecológica, é urgente que as autarquias tenham um papel muito mais activo, ambicioso, agregador e instigador das mudanças estruturais necessárias para que o bem-estar de toda a gente e a sustentabilidade sejam a norma, e não a excepção.