Naturalidade

Portuguesa

Local de Residência

Coimbra

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Estudante

Apresentação Pessoal

Fiz a licenciatura e o mestrado em Coimbra na área dos Estudos Clássicos (Grego, Latim, etc) e estou agora no doutoramento com uma tese sobre a forma como o Médio Oriente greco-romano se transformou no mundo árabe e islâmico que ainda existe hoje em dia. Sou também professor e tradutor de Latim e de outras línguas.
Faço parte do LIVRE desde 2014, quando contribuí para a formação do Núcleo territorial de Coimbra. Atraiu-me na altura, como a tantas outras pessoas, a sinergia que nos pauta entre Federalismo e Ecologia. O federalismo para mim nunca foi um simples estadismo europeu, mas sim a crença de que, ao mesmo tempo que há problemas maiores que não são resolúveis se não forem confrontados a uma escala mais ampla (à cabeça dos quais está naturalmente a catástrofe climática), há também outros que têm de ser devolvidos às iniciativas locais em lugar de serem centralizados num esquema nacional. Faz parte disso a crença de que re-enraizar das pessoas nas suas comunidades é uma das faces simultaneamente mais visíveis e necessárias da revolução ecológica necessária.
Estudei em Roma na Accademia Vivarium Novum, fui leitor de Português pelo Instituto Camões na Universidade da California em Santa Barbara, e fiz uma Pós-gradução em Estudos do Próximo Oriente em Jerusalém onde estudei Árabe e Hebraico.
Donde regressei convicto de duas coisas. De um lado, que a esquerda internacional não pode abdicar da denúncia de que status quo do povo palestiniano é um regime de apartheid insustentável em justiça. Doutro, que há um movimento aterrador para revitalizar o anti-semitismo como motor político que favoreça a extrema-direita. Por esses motivos, após voltar a Portugal tornei-me activo quer em movimentos de apoio ao povo palestiniano quer na denúncia do crescimento do anti-semitismo no território europeu.
Sou natural de Viseu, tendo crescido em Castro Daire. Candidato-me por Coimbra, aquela que é a minha cidade intermitentemente há mais de 10 anos.

Redes Sociais

https://www.facebook.com/miguel.monteiro.1238

Apresentação de candidatura

Candidato-me porque me revejo no ideal expresso nos princípios do LIVRE, segundo o qual pretendemos estar “no meio da Esquerda”. Estar no meio, é certo, não é uma noção meramente táctica de estar à esquerda destes ou à direita daqueles, mas sim na ideia de que estar no meio da Esquerda significa estar no coração da Esquerda.
Se o mote desta minha candidatura é dado pelo terror causado pelo iminente colapso climático, a verdade é que cada vez se tornou transparente que não há pauta à Esquerda que não esteja relacionada com as demais.
Aprendemos que não é possível uma política de sustentabilidade ambiental, consciente dos desafios da transição energética e do imperativo de não abandonar ninguém cujo emprego tornou obsoleto, sem uma política de justiça laboral. Por isso o LIVRE terá de estar, por regra e por princípio, ao lado da luta sindical.
Essa justiça aceitará que a dignidade humana não depende da contribuição económica, reconhecendo a pessoas com deficiências psicomotoras a sua dignidade intrínseca, assim como o facto de que a educação não deve ser apenas instrumental.
Justiça que também não será tangível enquanto não houver completa paridade e igualdade de salários, o fim da violência de género, e o reconhecimento das pautas feministas de que trabalho doméstico e de reprodução social constituem uma forma real de trabalho com lugar na luta laboral.
Paridade que não deixará de nos escapar enquanto perpetuarmos estereótipos sexuais e de género, e enquanto as pautas LGBT+ forem sequer um “tópico aberto a discussão”.
A extrema-direita mete um calço entre as nossas diferenças, e força-o: o ódio às pautas LGBT é fruto do ódio racista contra pessoas que se recusem a participar na normatividade reprodutiva, e, na Europa, na produção de pessoas brancas para uma sociedade branca.
Se na restante Europa esse ódio racista se fez escudeirar pela islamofobia das políticas anti-refugiados, em Portugal configura-se o mais das vezes contra as pessoas de raça negra, contra as comunidades ciganas, e contra as bem-vindas pessoas chegadas imigrantes do Brasil.
Lembramo-nos que essas movimentações de pessoas aconteceram e acontecem pela mão do colapso do sistema capitalista cujas neuroses causaram não só o crescimento de regimes fascistas como também as migrações climáticas.
Essas migrações climáticas poderão ser mitigadas caso sejam tomadas acções drásticas, mas em parte tornaram-se já inevitáveis e carecem duma resposta política inclusiva que reconheça que se a causa de tanta injúria foi o capitalismo, então apenas uma posição firmemente anti-capitalista poderá acenar com uma saída. Enjoa-nos a pieguice da acção individual: a ecologia é de esquerda.
A minha candidatura pelo círculo de Coimbra pauta-se pela convicção de que este tipo de interseccionalidade verde, despudorada para identificar no sistema capitalista a fonte e origem dos males contra os quais o LIVRE se enfileira, é o caminho certo para a fugidia justiça que buscamos.