Foi hoje aprovada pelo Parlamento Europeu a nova Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen. O LIVRE já havia expressado o seu desagrado pela escolha de uma presidente da Comissão que não se apresentou como candidata às eleições para o Parlamento Europeu nem era a candidata a Presidente da Comissão Europeia do seu partido europeu (o Partido Popular Europeu), não tendo assim participado em quaisquer debates, não apresentou as suas propostas.
Esta nova Comissão hoje aprovada levanta ao LIVRE várias reservas. Desde logo, a atribuição à Hungria do pelouro responsável pelo acompanhamento dos países candidatos e do seu cumprimento do Estado de Direito é incompreensível, uma vez que o país está atualmente sob o Artigo 7 do Tratado da União Europeia que pode levar à suspensão de alguns direitos do Estado-Membro.
O LIVRE mostra também a sua firme oposição à associação feita entre “promoção do estilo de vida europeu” e políticas migratórias securitárias e de encerramento de fronteiras. Por fim, o LIVRE espera que o “Green Deal” proposto e a prioridade aparentemente dada às questões climáticas não se fique pela boa vontade e que sejam tomadas medidas concretas e de fundo.
Um simples “Green Deal” pode não ser suficientemente ambicioso perante a catástrofe ecológica que vivemos, razão pela qual o LIVRE defende um plano pan-europeu ambicioso na forma de um “Green New Deal”. Nesse sentido, será essencial o pelouro da Comissária portuguesa, Elisa Ferreira, que terá entre outras responsabilidades a gestão de um “fundo para a transição justa” que apoie a reconversão energética de fontes poluentes para fontes limpas. Resta saber a dimensão desse fundo e se serve para a essencial aliança entre justiça social e justiça ambiental.
É com expectativa e alguma reserva que o LIVRE olha para a nova Comissão, esperando que esta consiga estar à altura dos enormes desafios que tem pela frente.