O LIVRE condena os ataques ao Irão por parte dos Estados Unidos da América (EUA) no dia 22 de junho que, feitos ao arrepio do Direito Internacional e num momento em que países como França tentavam uma saída diplomática para o confronto, aumentam ainda mais os riscos de um escalar do conflito para proporções regionais e globais. Com argumentos dúbios e não confirmados (nomeadamente sobre a eventual capacidade de produção de armas nucleares), estes ataques assemelham-se cada vez mais aos injustificados ataques que levaram à invasão do Iraque em 2003, com consequências para a paz e estabilidade no Médio Oriente que ainda hoje se fazem sentir.
O respeito pelo Direito Internacional é essencial, por mais condenável que possa ser o regime que está temporariamente à frente dos destinos do(s) país(es) atacado(s). De relembrar que foi Donald Trump o principal responsável pelo rompimento do acordo com o Irão que tinha em vista evitar a obtenção da arma atómica por parte deste país. Estes ataques são condenáveis e exigem também respostas sobre aquele que foi e será o papel português.
É importante que Portugal, a título individual e junto da União Europeia (UE), se afirme como uma voz pela paz, pela diplomacia e pelo diálogo e que seja intransigente na defesa do Direito Internacional. Perante os riscos reais de uma nova guerra, a posição do Governo Português deve ser clara e assentar na definição de uma posição europeia que afirme a UE enquanto um bloco pela paz e pelo diálogo, ao invés de repetir de forma seguidista os argumentos que legitimam uma agressão indefensável. Em notícias que fazem relembrar os da segunda Guerra do Golfo, foi anunciado que diversos aviões de guerra estadunidenses passaram pela base das Lajes nos últimos dias. O LIVRE exige que o governo esclareça o papel desses aviões nestes ataques.
A poucos dias da Cimeira da NATO em Haia, é também importante que o Governo Português seja claro na sua oposição ao aumento dos gastos militares para 5% do PIB. Esta oposição foi já demonstrada por países como Espanha, afirmando que tal seria “irracional e contraproducente”, pondo em causa a manutenção do Estado Social. De notar que esta proposta de aumento é feita por Donald Trump, como estratégia para a compra de material bélico aos EUA.