A Iniciativa Liberal chegou a Felgueiras. Será pois hora de rasgar os livros de história, pois como já vem sendo habitual, seguindo as trends, defendem que são os únicos ambientalistas e ecologistas na política portuguesa.
Saudamos, de forma democrática a sua chegada à cena política felgueirense, como novo partido liberal, de direita, capitalista e com a missão de combater qualquer tipo de socialismo – e na verdade parece ser só essa a missão.
Em Felgueiras, a Iniciativa Liberal quis chegar atacando logo os adversários, como vem sendo a prática. Para isso escolheu os temas ambientais, embrulhou-se no manto do “liberalismo esverdeado”, e atacou a coligação que governa Felgueiras – da qual o LIVRE faz parte – afirmando que a ecologia dos socialistas é mera propaganda.
Só mesmo rasgando os livros de História poderemos ignorar que na base do movimento ecologista estão ideias progressistas de crítica ao capitalismo que são características de correntes políticas de esquerda. Se hoje existe ação social e visão ecologista, isso deve-se à Esquerda, não se deve à família política de onde vem a Iniciativa Liberal. Além disso, para se ser ecologista é preciso um pouco mais do que citar Marcel Wissenburg.
É, no entanto, preciso recordar a Iniciativa Liberal, partido neo-liberal, defensor acérrimo do capitalismo e opositor do socialismo, paladinos de todas as privatizações, que são os CTT que obrigam a que a revista municipal “Atualidade” seja distribuída envolta em plástico.
Caso tenham efetivamente rasgado os livros de história, e parece que sim, será preciso também recordar que os CTT foram uma empresa pública objeto de um processo de privatização desastroso para o interesse público, para a qualidade do serviço prestado aos cidadãos e, podemos agora acrescentar, também desastroso para o meio ambiente.
A crítica da IL Felgueiras é portanto uma crítica ao próprio modelo económico e social que a IL defende.
Modelo socio-económico esse que destruiria os serviços públicos essenciais como educação e saúde para os entregar a privados. Como enfrentaria Felgueiras a crise do COVID-19 num país governado pela IL?
Esta crise vem demonstrar precisamente a necessidade de uma sociedade organizada em torno de serviços públicos essenciais e universais. Tem sido também essa a ação do executivo municipal de Felgueiras.
Sobre a política ambiental do executivo Sim, Acredita (Coligação LIVRE /PS), basta conferir o investimento na eliminação das perdas de água potável, que era de mais de 50%, em 2017, resolução dos pontos negros no saneamento, através da ligação dos emissários, o aumento do número de ecopontos instalados no concelho ou a política subjacente às obras na cidade, dando primazia à circulação pedonal e à mobilidade suave. Basta conferir as mudanças em Felgueiras que dizem respeito ao bem-estar animal.
Sobre todos estes avanços, que tornam Felgueiras mais ecologicamente sustentável, poderão ler na revista “Atualidade”. No final, por favor, pedimos que coloquem o plástico imposto pela empresa privatizada no ecoponto amarelo. Nem tudo o que é sustentável é verde. E nem tudo o que se diz verde é sustentável. O modelo da IL certamente não o é.