LIVRE defende aumento do investimento em ações de prevenção e reabilitação.
Um grande incêndio, o maior do ano, deflagra no parque natural com maior área protegida do país, o Parque Natural da Serra da Estrela. É com pesar que vemos a paisagem protegida queimada, a biodiversidade em risco e as populações que se sustentam da serra com a vida em suspenso.
O LIVRE reitera que “o futuro não pode ser o país a arder” e que os 10% da área ardida do Parque Natural da Serra da Estrela, incluindo o vale glaciar do Zêzere, é uma perda que demorará a recuperar com a possibilidade de não ocorrer na sua totalidade.
O Vale Glaciar do Zêzere integra o Estrela Geoparque Mundial da UNESCO. No Parque Natural da Serra da Estrela existem paisagens protegidas e espécies de animais autóctones desta serra, alguns dos quais em vias de extinção. A avaliação das consequências para a biodiversidade só será efetuada após a extinção do incêndio, que teve início sábado de madrugada no concelho da Covilhã e que passou por mais 4 concelhos até ao momento. Contudo é possível antever os problemas nefastos para a conservação da natureza, para os recursos hídricos, para a erosão dos solos, para a fixação do carbono, assim como para a economia local e população. Será também preciso analisar os problemas ocorridos no combate ao incêndio com vista à melhoria das estratégias, condições e dos recursos disponíveis para prevenir que os incêndios provoquem a devastação que se verifica neste território.
O LIVRE defende um ambicioso investimento na conservação da natureza, da biodiversidade e do património geológico, através da revisão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030. Consideramos que é necessário aumentar o investimento público direto em ações de reabilitação e manutenção dos habitats e espécies classificadas, assim como na gestão de geossítios. É preciso considerar que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência assim como de outros fundos europeus possam ser alocados para este fim. Infelizmente, agora, o Parque Natural da Serra da Estrela precisará de um forte investimento para de uma forma planeada e ordenada recuperar mais rapidamente.
É igualmente importante alocar mais verbas e recursos ao Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), para cumprirem de forma eficaz a sua missão de implementar, monitorizar e fiscalizar as políticas de conservação da natureza.
O LIVRE apela ao governo português que promova um forte investimento no Parque Natural da Serra da Estrela que se vê numa situação grave, colocando em risco a biodiversidade e a população que dele subsiste.