Filipe Gomes
Ilustrador
35 anos
(independente)
Filipe Gomes, ilustrador e amante do conhecimento, é o cabeça de lista pelo Pico, ilha de onde é natural. Conjugando arte e ciência, o candidato propõe-se colocar a sua visão dos Açores como uma região central, com potencial para criar ideias inovadoras, ao serviço do desenvolvimento sustentável da Região.
Acompanhe o Filipe: https://www.facebook.com/filipegomespolisofia/
Biografia
Sou um picaroto que, no inverno de 1981, apanhou a lancha para ir nascer na ilha vizinha do Faial, como muitos picarotos da minha geração. Foi aí que nasceu também a questão sobre o local de onde somos. Sou de onde nasci, de onde vivi mais tempo, ou simplesmente de onde o meu coração está, mesmo que repartido? Creio que muitos açorianos sofrem dúvidas semelhantes. Emigrei para o Continente ainda bem novo e são daí as minhas primeiras memórias. Um lugar estranho, longe da realidade açoriana, mas ao mesmo tempo tão próximo. Durante a adolescência voltei à origem durante quatro anos, suficientes para reconhecer a ilha que pensava conhecer. Aventurei-me por trilhos antigos e entre meio de matos, identificando espécies endémicas e apaixonando-me pelo sítio responsável pela minha existência. Apercebi-me que a visão que tinha do mundo era universalista, não o conseguindo entender sem ser dessa forma. Sou um amador por natureza e os dois pilares da minha paixão, são a arte e a ciência. A primeira ocupou-me de modo mais profissional ao longo do tempo, através do artesanato, da música, cinema ou ilustração. A segunda é a minha ferramenta favorita para tentar entender como funciona o mundo e encontrar soluções para problemas e mistérios. Um dos meus hobbies é viajar no tempo. Para isso, faço uso da pena de Gaspar Frutuoso, entre outros, se quiser alargar a minha visão dos Açores. É essa visão aumentada, esse desejo de conhecimento e descoberta, que me leva a criar gosto pela política e o modo como ela influência a vida das pessoas e não só.
O Programa Eleitoral do LIVRE defende uma alteração do modelo atual de dependência do automóvel individual. Para além da desnecessária produção de CO2, as insuficiências dos transportes coletivos criam desigualdades no acesso aos serviços públicos e ao comércio para quem não usa o automóvel. Filipe Gomes resolveu experimentar pessoalmente as dificuldades daqueles que não têm a possibilidade de dispor de carro próprio.
“Hoje começa o meu período de campanha eleitoral sem carro (ou com o mínimo possível). Excepção para o dia de afixação de cartazes à volta da ilha. De resto: bicicleta, a pé, autocarro e boleias, que não posso aceitar caso sejam propositadas para me levar a algum lado. Isso seria ter carro com motorista! A ver se o tempo ajuda. 🙂 Objectivo: Chamar a atenção para os transportes alternativos e sustentáveis, perceber as dificuldades que vou ter para chegar a certos sítios e evitar emissões de CO2 e outros, pela parte que me toca.”
“Nos últimos três dias estive a acumular quilómetros de bicicleta e a pé, a distribuir folhetos nas freguesias mais próximas, em que tinha decidido fazê-lo sozinho.
(…)
Fazê-lo a pé, ou de bicicleta, não era apenas uma questão de economia e ecologia, era também para compreender melhor um passado onde toda a gente andava a pé e muito mais que aquilo que fiz. Ainda esta manhã um senhor da Criação Velha contou como iam a pé de noite, pelo Farrobo, nas Bandeiras, para apanhar “cocos” (inhames) num sítio mais para cima. Chegavam lá com o levantar do dia e comiam dos inhames do sítio, cozidos com torresmos, antes de trazer os outros.”
“Finalmente, e como prometido (a única promessa que fiz), fica aqui uma espécie de infográfico do resultado das distâncias percorridas no período da campanha eleitoral de 02 a 14 de Outubro. Dividido por tipo de transporte. Não fiz as somas dos vários tipos, mas o carro, mesmo com a volta à ilha, fica atrás das outras juntas, inclusive a soma da bicicleta e a pé.”
Declaração política