Contra a “onda populista”, a onda progressista

Contra a “onda populista”, a onda progressista

Os primeiros resultados das eleições para a Câmara dos Representantes dos Países Baixos são claros e anunciam o crescimento das ideias ecologistas, cosmopolitas,  e pró-europeias junto da população Europeia.

Saudamos o ótimo resultado alcançado pelo partido GroenLinks (Esquerda Verde) liderado por Jesse Klaver, que representa a esquerda ecologista, cosmopolita, pró-Europeia e defensora dos direitos das populações refugiadas – o enquadramento político em que o LIVRE se insere. Apesar da pouca atenção mediática dada a este partido, tendo a maioria dos órgãos de comunicação social optado por enquadrar erroneamente o ato eleitoral como um duelo a dois, a verdade é que o GroenLinks foi o partido que mais cresceu, vendo o número de lugares na Câmara de Representantes aumentar substancialmente, estando agora em condições de vir a integrar a coligação que irá governar os Países Baixos nos próximos anos e podendo assim influenciar as políticas  tanto a nível nacional como a nível europeu.

Estas eleições, descritas pelo Primeiro-Ministro holandês Mark Rutte como as meias finais de um combate mais lato contra os populistas, cujas próximas batalhas terão lugar em França em abril e na Alemanha em setembro, a par da eleição de Van der Bellen na Áustria, representam um ponto de viragem na “onda populista” que ameaçava a Europa.

Um dos resultados da noite a assinalar é a derrota das ideias populistas, xenófobas e eurofóbicas representadas pelo partido de Geert Wilders (PVV). Apesar da substancial cobertura mediática, anunciando potenciais vitórias verdadeiramente desprovidas de fundamento, e procurando analogias entre a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América e o potencial crescimento do PVV, o número de lugares alcançado será próximo do que já se verificava, permanecendo este partido na oposição.

Por fim, merece ainda nota o mau resultado do PvdA, o Partido Trabalhista, que perdeu vários lugares na Assembleia. A cumplicidade com os cenários de austeridade na Europa poderá ter contribuído para esta descida acentuada. Este resultado significará que provavelmente Jeroen Dijsselbloem deixará de ser Ministro das Finanças e, por inerência, abandonará a presidência do Eurogrupo. Apesar de trabalhista, Dijseelbloem tem sido um aliado das forças mais austeritárias, pelo que a sua saída será uma boa notícia para Portugal e para toda a Europa.

Esta eleição é a prova de que a Europa não tem que estar condenada ao populismo e ao regresso ao nacionalismo. Pelo contrário, ficou uma vez mais provado que os europeus estão dispostos a assumir a sua abertura e progressismo. À onda populista que nos querem impor, o LIVRE continuará a responder com esperança.

 

Fonte da imagem: http://politiek.tpo.nl/