Garantir os direitos de todos os refugiados

Garantir os direitos de todos os refugiados

Numa altura em que milhares de pessoas continuam com processos de regularização pendentes na AIMA e, no contexto europeu, existe uma tentativa de ataque aos direitos de refugiados e imigrantes, celebra-se hoje o Dia Mundial do Refugiado.

 

Ao longo da História, milhares de pessoas, e por vezes populações inteiras, vêem-se obrigadas a abandonar os locais que sempre conheceram, seja devido a guerras, perseguições étnicas e religiosas, desastres naturais e alterações climáticas ou por grandes dificuldades económicas. Há hoje o número recorde de 120 milhões de pessoas deslocadas, segundo dados da ONU, e o número de refugiados ultrapassa os 43 milhões. Os mais recentes conflitos, nos quais os Direitos Humanos são desprezados e o terror é uma arma contra as populações, têm contribuído para o aumento substancial deste flagelo.

 

Muitos dos refugiados têm como destino a Europa. Porém, a União Europeia não tem estado à altura dos valores da dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade e do Estado de direito. No contexto das crises migratórias mais recentes, a União Europeia tem tido respostas díspares, como se viu com a abordagem à crise migratória ucraniana na sequência da invasão russa, ou no acolhimento de refugiados oriundos do médio oriente. 

 

Na semana em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado, temos centenas de pessoas à porta da AIMA que procuram ter a sua situação completamente regularizada em Portugal. Infelizmente o Governo não tem dado a resposta necessária, e com a agravante de avançar com propostas no sentido oposto ao que necessitamos, nomeadamente com a recuperação de uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras. 

 

O LIVRE defende que em Portugal é necessário e urgente garantir condições dignas e humanas de acolhimento a refugiados e migrantes em todos os pontos de entrada no país, com tempos de resposta curtos para situações temporárias. Não podemos ter um modelo de Portugal Fortaleza, que condena os refugiados e migrantes a situações de imensa fragilidade e capturáveis pelas redes de tráfico humano. Precisamos por isso de reforçar a capacidade de fiscalização da Autoridade para as Condições do Trabalho, de forma a garantir que não há abusos e desrespeito dos direitos de quem trabalha. 

 

O LIVRE defende, em Portugal e na União Europeia, medidas que façam garantir os Direitos Humanos, de solidariedade e que garantam condições de segurança para todas as pessoas que desejam refazer as suas vidas.

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