LIVRE condena tentativa de limpeza étnica no enclave de Nagorno-Karabakh

LIVRE condena tentativa de limpeza étnica no enclave de Nagorno-Karabakh

Perante relatos de escassez severa de recursos e bens fundamentais, e notícias de explosões em locais onde civis tentavam suprir necessidades básicas para a sua sobrevivência, a Europa tem a obrigação moral de demonstrar toda a sua solidariedade para com uma população que está a ser alvo de uma tentativa de limpeza étnica. É urgente enviar uma mensagem clara e inequívoca de apoio a qualquer iniciativa diplomática que contribua para um armistício, com a saída segura da população arménia no enclave, e um regresso à mesa das negociações das partes intervenientes.

À medida que se assiste ao agravamento da ofensiva militar do Azerbaijão na autoproclamada República do Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas tentam passagem segura para a Arménia através do Corredor de Lanchin, numa região que balançava num equilíbrio frágil que se vinha a desmoronar desde 2022, altura em que a Rússia focou toda a sua atenção na invasão da Ucrânia. 

O bloqueio do território secessionista que desde 2020 era reconhecido internacionalmente como estando sob controlo do Azerbaijão durava há 10 meses e culmina agora numa escalada dos confrontos entre duas forças muito desiguais. Os militares arménios na região contestada foram forçados na semana passada a um cessar-fogo, perante a operação militar de 24 horas levada a cabo pelo exército do Azerbaijão. Desde então, e segundo o Governo Arménio, foram já acolhidos cerca de 13 mil refugiados, num processo que estará apenas a começar. 

O LIVRE lamenta profundamente a situação de grande insegurança e a perda de vida humana que resultam deste confronto. O respeito pelas fronteiras internacionalmente reconhecidas do Azerbaijão é um valor que não dispensa o governo e as tropas deste país de respeitar os direitos da minoria arménia, igualmente consagrados no direito internacional.