Prevenção do Suicídio: LIVRE defende aposta na saúde mental

Prevenção do Suicídio: LIVRE defende aposta na saúde mental

A saúde mental tem sido tradicionalmente tratada de forma desarticulada das políticas de saúde, quer por não estar no topo das prioridades imediatas, quer por preconceitos e estigmas sociais.
Neste Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, o LIVRE defende uma aposta na saúde mental como forma de combater este problema.
Os dados em Portugal são preocupantes. O Alentejo é, tradicionalmente, uma das regiões da União Europeia com taxas mais altas de suicídio (19,1 por cada 100 mil habitantes), muito acima da média nacional (9,5 – dados de 2016).
Também segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa mais importante de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos.
Situações como crises económicas, desemprego e privação económica também aumentam o risco de suicídio, sendo essencial que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tenha uma resposta a dar ao nível da saúde mental.
Por isso o LIVRE defende um reforço dos meios disponíveis no SNS, nomeadamente a contratação e alocação de psicólogos a todos os centros de saúde, estimando a necessidade de contratação de 1600 psicólogos para colmatar o défice atualmente existente do SNS.
Segundo dados da Ordem dos Psicólogos existiam em 2015 apenas 600 psicólogos no SNS, um rácio de 0,285 psicólogos por 5.000 habitantes, muito abaixo do rácio recomendado de um psicólogo por cada cinco mil habitantes.
A proposta do LIVRE é a alocação destes psicólogos aos centros de saúde, promovendo assim a proximidade da prestação dos cuidados de saúde mental.
Para além desta medida o LIVRE defende igualmente o reforço das equipas de psicólogos nas escolas, a promoção da prática de atividade física e desportiva em todas as idades e o aumento da literacia em saúde como forma de ajudar a melhorar a saúde mental em Portugal.
Porém é também essencial reconhecer que os problemas de saúde mental são em parte provocados pela voracidade das sociedades contemporâneas em que é exigido aos trabalhadores que se mantenham permanentemente ligados ao trabalho, com vínculos precários.
Por isso o LIVRE defende também como forma de promoção da qualidade de vida e, consequentemente, da saúde mental, o “direito a desligar” para todos os trabalhadores, o aumento do salário mínimo nacional, progressivamente, para os €900 e a redução, também progressiva, do horário de trabalho para as 30 horas semanais e o aumento dos dias de férias para os 30 dias anuais.