Pedro Passos Coelho continua a deixar o país em suspenso sobre se, nos anos 90, recebeu grandes somas da empresa Tecnoforma enquanto era deputado, sem declarar esses rendimentos, com graves suspeitas de fuga aos impostos e violação de regras parlamentares sobre exclusividade ou, pelo menos, fidedignidade de informações prestadas. Esta situação não pode durar.
Em declarações à imprensa, o primeiro-ministro declarou que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia esclarecer este caso. Chegou agora a réplica: a PGR declara taxativamente que não pode esclarecer este caso. Esta declaração da PGR remete o problema para onde ele sempre deveria ter estado: no plano político, e carecendo de uma explicação pessoal e imediata por parte do próprio Pedro Passos Coelho.
Pedro Passos Coelho não pode tardar mais, nem voltar a esquivar-se a dar um esclarecimento cabal deste assunto. O seu silêncio é cada vez mais ensurdecedor. O Primeiro-Ministro deve esclarecer tudo, pessoalmente e já — ou retirar dessa falta de esclarecimento, como prometeu, as devidas consequências.