Os Deputados Municipais do LIVRE na Assembleia Municipal de Lisboa apresentaram no passado dia 2 de março em reunião desse órgão um voto de repúdio pela vandalização de várias ciclovias na cidade de Lisboa.

O voto, aprovado por unanimidade, repudiava os atos de vandalismo praticados em ciclovias, que põem em causa a integridade física dos ciclistas e recomendava à Câmara Municipal a rápida reparação das ciclovias danificadas.

Estes atos surgem na sequência do intenso debate na cidade entre aqueles que pretende a manutenção do status quo na mobilidade na cidade e os que defendem a aposta na mobilidade suave. Qualquer que seja o lado em que cada força política que posicione, atos de vandalismo que colocam em causa a segurança e a integridade física de pessoas serão sempre condenáveis.

Voto de Repúdio pela vandalização de Ciclovias

Nos últimos anos, Lisboa tem dado os primeiros passos no sentido de se transformar numa verdadeira cidade do Século XXI. Um dos domínios onde a Câmara Municipal de Lisboa mais se tem esforçado em materializar essa mudança é na mobilidade. Mesmo que a um ritmo mais lento que o desejável, Lisboa tem visto nascer uma rede ciclável que é cada vez mais abrangente e completa e que ilustra bem a transição para um novo paradigma de mobilidade, onde a mobilidade suave assume um papel mais central.
Este tema tem despertado acaloradas discussões em vários fóruns, sendo que esta Assembleia não é excepção. Muitas vezes a discussão é posta em termos confrontacionais entre vários modos de mobilidade, criam-se trincheiras onde se deviam criar pontes e a discussão afasta-se do propósito de melhor enquadrar os vários meios de mobilidade na vida da cidade e de criar complementaridade entre eles, propósito esse que é o que melhor serve os cidadãos de Lisboa.
Mas se a discussão não ser posta nos termos mais construtivos é matéria de subjectividade e de divergência legítima, o que não devemos nem podemos mesmo aceitar são actos de vandalismo com o intuito de prejudicar – ou até mesmo de magoar – cidadãos de Lisboa e não só que optam por se deslocar de bicicleta e outros modos de mobilidade suave. Nos últimos dias temos sido confrontados com relatos de ciclovias armadilhadas com pregos, conchas, tábuas depositadas ao comprido da ciclovia, sacos de dejectos e separadores vandalizados.
Independentemente da visão que tenhamos sobre a discussão geral em torno da mobilidade em Lisboa, estes actos de vandalismo, alguns com o aparente intuito de provocar dano físico em ciclistas, devem merecer o inequívoco repúdio desta Assembleia.

Em face do exposto, os Deputados Municipais signatários propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere na sua sessão do dia 2 de Março:
1. Manifestar total repúdio por actos de vandalismo praticados em ciclovias, em particular por aqueles que põem em causa a integridade física dos ciclistas
2. Recomendar à Câmara Municipal de Lisboa a rápida reparação das ciclovias danificadas.

Mais se delibera, remeter o presente voto à Federação Portuguesa de Cicloturismo e utilizadores de Bicicletas e à MuBI – Associação de Mobilidade Urbana em Bicicleta.

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