O UNIR, projeto dos municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) para integrar os vários serviços de transporte rodoviário da região, entra em funcionamento já nesta sexta-feira. O LIVRE Porto vê com bastante reserva o início deste projeto, urgente para a mobilidade da região e peça fulcral de uma transição ecológica justa.
Em vésperas do início do que deveria ser uma mudança de paradigma de mobilidade na região, ainda falta a informação sobre horários, lugares e dimensões dos veículos, ou fiabilidade e segurança, essenciais à confiança que é preciso fomentar junto dos cidadãos. Segundo a comunicação social, não estão prontos todos os veículos necessários para a próxima sexta-feira. Mantém-se ainda um fator de desigualdade entre concelhos: o serviço da STCP – única empresa autorizada a operar no concelho do Porto e com melhores indicadores de qualidade e fiabilidade – não está contemplado no projeto. O UNIR revela-se, assim, um projeto predominantemente cosmético, que deixa de fora a necessária remodelação de rotas, com aumento da capilaridade na região, o aumento da sua frequência e a uniformização completa da bilhética, propostas do LIVRE nas últimas eleições autárquicas. O LIVRE Porto reforça também a necessidade de melhorias na comodidade, com paragens dotadas de melhores resguardos, assim como de uma visão de rede na interligação ao metro, comboio e bicicleta, e aumento das vias dedicadas ao transporte coletivo, fundamentais para um paradigma de mobilidade de futuro que sirva as pessoas.
Este UNIR não responde às necessidades de mobilidade da região. Urge implementar um sistema integrado que promova o transporte público de qualidade como fator de coesão social e territorial, de qualidade de vida dos cidadãos e à altura das necessidades da transição ecológica.
O LIVRE Porto insta o Conselho Metropolitano do Porto a prioritizar a correção das necessidades urgentes do UNIR e mantém-se atento à implementação deste projeto, contribuindo para que esta não seja uma oportunidade perdida na mobilidade da região.
