Candidato pelos Açores

Naturalidade

Moçambique

Local de Residência

Ponta Delgada

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Docente universitário

Apresentação Pessoal

Nasci em 1962, quando a concentração de CO2 era de 318 ppm. Filho de um homem que procurou no serviço militar uma saída da pobreza rural, nasci em Moçambique e passei a primeira década da minha vida em África, os últimos quatro anos na Guiné-Bissau. Em 1973 saí da Guiné, onde contava os unimogs que transportavam todas as semanas os caixões para o Cais do Pidjiguiti, três meses antes da declaração unilateral da independência. Licencei-me em Biologia na Faculdade de Ciências de Lisboa em 1987, ano em que comecei a minha carreira na Universidade dos Açores. A concentração de CO2 era já de 349 ppm.

O amor pela biodiversidade, a minha biofilia, resultou na preocupação com as questões ambientais. Aí passei por todas as fases: primeiro, acreditar que os cientistas tinham que produzir mais informação; depois, que os investigadores estavam a falhar ao não fazer essa informação chegar ao público e aos decisores; depois (ou talvez simultaneamente), de acreditar que estudos de impacte ambiental, pareceres técnicos e petições poderiam alterar algo de essencial; e, finalmente, de acreditar que a democracia representativa (isto de votar de 4 em 4 anos e depois ir para casa ver televisão) era a única forma de alterar o que, por essa altura, já sabia ser uma catástrofe ecológica e social em progresso.

Juntei-me ao LIVRE em 2014, com a concentração de CO2 em 397 ppm, e continuo comprometido com o seu projeto político. Já fui membro do Grupo de Contacto e sou agora, quando a concentração de CO2 é de 413 ppm, membro da Assembleia.

Redes Sociais

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Apresentação de candidatura

A militância no LIVRE proporcionou-me a oportunidade de aprender política e de amadurecer ideologicamente. Vejo hoje melhor como o iníquo sistema capitalista se perpetua a nível regional, nacional e global. Acredito que o capitalismo é a causa dos problemas existenciais da atualidade, das migrações, das fomes e das guerras até à desflorestação galopante, ao colapso da biodiversidade e ao caos climático. Acredito também que há alternativa ao capitalismo, e que ela passa por reforçar todas as formas de poder coletivo, democratizando a política mas sobretudo a economia. Candidato-me pelo Círculo dos Açores porque aqui vivo há 35 anos e sei ver para lá da propaganda. Sei que o verde das paisagens esconde uma atroz perda de biodiversidade e o uso destrutivo de técnicas agrícolas e pecuárias, tudo encorajado pelos sucessivos governos regionais e sustentado financeiramente por verbas comunitárias. Sei da pobreza e da crescente precariedade, e de como elas resultam da perpetuação de profundas desigualdades na distribuição dos recursos que ascendem aos tempos da colonização. Sei da fragilidade de um modo de vida dependente de produtos importados, colocando literalmente a vida dos açorianos dependente das contingências do tráfego internacional de mercadorias- e à mercê da resistência das infraestruturas às próximas tempestades. Mas sei também como a subsistência de muito antigos mecanismos de solidariedade popular permite manter a confiança na resiliência da sociedade açoriana.

A sustentabilidade não é opcional nos Açores. Na Assembleia da República trabalharei com o LIVRE para levar ao país as lições aprendidas nos Açores. Entre elas: a necessidade de autossuficiência alimentar, num contexto de uma agricultura ecológica e regenerativa; as consequências das profundas injustiças na distribuição dos recursos e da riqueza; a importância da cooperação e da partilha para inverter os graves problemas causados por um sistema baseado no lucro e na competição.

O programa do LIVRE elenca os nossos objetivos. A visão desde os Açores ajudará a definir as prioridades.