Candidato pela Europa

Naturalidade

Lisboa

Local de Residência

Groningen, Países Baixos

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Professor Universitário

Apresentação Pessoal

Nascido em Lisboa há 48 anos, licenciei-me em Psicologia pela Universidade de Lisboa em 1996 onde também concluí um mestrado em Psicologia Cognitiva em 2001. Obtive ainda qualificações profissionais pós-graduadas em Psicoterapia Cognitiva e Comportamental, em Neuropsicologia Clínica e em Psicofisiologia Aplicada. Enquanto psicólogo exerci prática clínica privada em diversas clínicas e centros de desenvolvimento infantil complementada com experiências pontuais de formação. Em 2011, estando o país a enfrentar uma das maiores crises económicas da sua história recente, parti para o Reino Unido onde fiz o doutoramento em Psicologia na Goldsmiths University of London com a perspetiva de uma maior diferenciação académica e profissional na área da Psicofisiologia Aplicada. Desde aí tenho passado por diversas experiências profissionais como professor universitário, investigador e formador em instituições publicas e privadas de cidades europeias como Londres, Birmingham, Munique e Groningen. Foi em Londres, durante o doutoramento, que tomei contacto com o movimento de esquerda e integrei grupos de cidadãos portugueses e internacionais oriundos sobretudo de países do sul da Europa para discutir a crise económica e a resposta de austeridade imposta pela Troika, bem como os problemas resultantes da emigração e da precariedade. As experiências pessoais desse período foram determinantes para o interesse pela participação cívica e política. Aí comecei também a constatar as dificuldades dos cidadãos portugueses residentes na Europa em exercer os seus direitos de participação cívica e democrática consagrados ela constituição portuguesa. Em 2016, terminado o doutoramento, vivi por dentro as incertezas colocadas pelo Brexit, o desemprego e ausência de apoios sociais a antigos bolseiros. Finalmente, em 2017 deixei para trás a vida construída ao longo de 6 anos no Reino Unido para rumar aos Países Baixos onde encontrei a oportunidade de prosseguir a carreira académica como professor assistente em Neuropsicologia Clínica na Rijksuniversiteit Groningen e como orador convidado do grupo de clínicas NeuroCare (Munique) em cursos de especialização na área da Psicofisiologia Aplicada. Resido e trabalho em Groningen, uma cidade universitária e multicultural do norte dos Países Baixos, onde para além da atividade profissional me dedico à prática de yoga e a aproveitar a natureza em longos passeios a pé ou de bicicleta.

Apresentação de candidatura

A minha candidatura visa contribuir para o debate em torno do contributo dos portugueses residentes na Europa para a vida do país e para a resolução do problema da sua sub-representação na Assembleia da República. A primeira proposta centra-se na necessidade de caracterizar a população de portugueses residentes na Europa na sua diversidade sociocultural, económica e demográfica e reconhecer os seus problemas comuns e específicos a cada país de acolhimento. Infelizmente, este conhecimento não está sistematizado (os últimos censos não incluem dados sobre a emigração) e encontra-se, muitas vezes, ofuscado por narrativas ultrapassadas ou imagens idealizadas de sucesso (ex: os “Cristianos Ronaldos” disto e daquilo). O conhecimento do potencial de desenvolvimento económico e cultural representado pelos cidadãos portugueses na Europa (historicamente desperdiçado) permitirá desenvolver políticas específicas de integração na vida nacional presente e futura (que vão para além de programa pontuais com o “Vem”) e promover políticas concretas que respondam a problemas de integração no país de acolhimento ou no regresso a Portugal (ex: reconhecimento de habilitações, sistema de pensões, etc.). O segundo problema que urge resolver é o da representatividade democrática. De acordo com a atual lei eleitoral, dos cerca 230 deputados à Assembleia da República eleitos apenas dois são eleitos pelo círculo da Europa. Desde que o recenseamento se tornou automático, o círculo da Europa passou a ser o terceiro maior em termos de eleitores inscritos (859.509 nas legislativas de 2019). No entanto, o círculo da Europa tem substancialmente menos mandatos que Braga (19 deputados para 778.174 eleitores) ou Setúbal (18 para 736.583 18 eleitores), por exemplo. Não surpreendentemente a abstenção no círculo da Europa foi nas últimas legislativas de 87%, muito acima da já muito elevada média nacional de 51%. Ainda assim, o círculo da Europa teve, em termos absolutos, maior participação eleitoral (108.446 votantes) que distritos como Vila Real (100.236) ou os Açores (83.561), cada um dos quais elege 5 deputados. Este grave problema de representação e participação democrática deve ser corrigido com propostas à Assembleia da República de revisão da lei eleitoral e uma estratégia de incentivo à participação cívica e política dos cidadãos portugueses na Europa. Enquanto partido europeísta o Livre, deve bater-se por uma maior e mais diversificada representação na Assembleia da República dos portugueses residentes na Europa salientando o seu contributo para vida económica, social e cultural portuguesa.