Candidato pelo Porto

Naturalidade

Amarante

Local de Residência

Bruxelas

Nacionalidade

Portuguesa

Profissão

Engenheiro do ambiente

Apresentação Pessoal

Sou natural de Amarante, cidade onde vivi até aos 17 anos. Vivo fora de Portugal desde 2008, com passagens mais ou menos longas por Lituânia, Índia, França, Itália e Bruxelas, onde resido desde 2012. Formei-me em engenharia do ambiente para poder juntar à minha visão ecologista o conhecimento técnico que ajude a encontrar soluções que nos levem de volta a um trilho sustentável de desenvolvimento. Mais tarde, ciente de que a engenharia não oferece todas as respostas para os enormes desafios que enfrentamos, doutorei-me em filosofia social e política, com uma tese sobre republicanismo, ecologia e pós-produtivismo. Durante este período tive o prazer de ser um dos co-autores do livro “Rendimento Básico Incondicional – Uma defesa da Liberdade”, publicado em 2019 e vencedor do prémio de melhor ensaio da Sociedade Portuguesa de Filosofia. Ainda em dezembro de 2021 publicarei um novo ensaio sobre eco-republicanismo, a sua visão de liberdade e sobre como uma política assente na promoção da autonomia pode contribuir para uma sociedade mais justa num planeta sustentável.

Estou no LIVRE desde a sua fundação, tendo feito parte do Grupo de Contacto de 2014 a 2020, estando atualmente na Assembleia do partido. Tive o privilégio e a honra de dar a cara pelo partido em 2015, pelo círculo da Europa, e em 2019, pelo Porto, círculo pelo qual me recandidato nestas eleições primárias. A campanha de 2019 no Porto foi um momento único onde tive oportunidade de conhecer mulheres e homens que honram a política e a participação cívica, razão pela qual me volto a lançar neste desafio.
Gosto de escrever textos de ficção, tendo publicado duas BDs, uma sobre a vida de Amadeo de Souza-Cardoso e outra sobre RBI. No prelo tenho um livro ilustrado sobre a vida da minha avó e a migração portuguesa para França e uma BD sobre o Tempo.

Sou camuseano e continuo a achar que é preciso imaginar Sísifo feliz.

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Apresentação de candidatura

As eleições legislativas de 2019 mostraram que Portugal quer um governo de esquerda. Não de uma qualquer esquerda, mas uma esquerda dialogante, plural, progressista e estável. Contrariamente ao que o LIVRE então defendeu, e por uma série de responsáveis, com o Presidente da República à cabeça, não houve qualquer compromisso escrito entre as esquerdas. O resultado da falta de compromisso escrito refletiu-se num extremar de posições, com um PS arrogantemente convicto do seu poder e do facto de ter menos a perder numas eventuais eleições antecipadas e com um BE e PCP demasiadamente entrincheirados nas suas posições e com cada vez mais dificuldades em justificar internamente o seu apoio ao governo.
A realidade de janeiro de 2022 é muito diferente da de outubro de 2019. Com uma situação pandémica que dura há quase dois anos, as atenções viram-se forçosamente para a defesa de um SNS forte e que assegure boas condições para quem dele faz parte e quem a ele recorre, e para um essencial relançamento económico.

Ainda assim, muitos pontos continuam a ser comuns. Desde logo, ninguém compreenderá uma nova solução governativa que não seja baseada num compromisso escrito e que dure toda a legislatura. E aqui a esquerda – onde se inclui o LIVRE – terá de ser clara no modo como vê a sua presença e participação numa eventual maioria parlamentar. Da minha parte, defenderei um LIVRE aberto ao diálogo com todas as forças de esquerda e participante num acordo entre todas as partes, durem as negociações o tempo que tiverem de durar.

Apesar do abrandamento forçado da economia e, como tal, dos impactos ambientais resultantes das atividades humanas, todos os dados nos mostram que a crise climática é uma realidade que continuará a impactar os mais frágeis caso não haja mudanças drásticas no futuro próximo. O falhanço da COP26 coloca-nos uma vez mais perante uma questão: como garantir uma maioria social e política corajosa o suficiente para desafiar o nosso modelo sócio-económico ultra-capitalista onde a ecologia é apenas uma flor à lapela e à qual pouca atenção se presta?

É aqui que o LIVRE pode ter uma palavra a dizer. Perante uma direita cada vez mais reacionária e capaz de apresentar as suas utopias graças à desmesurada presença mediática, a esquerda tem-se colocado apenas numa posição defensiva: contra a perda de direitos, contra os avanços da direita. Sendo uma luta válida, é essencial que a esquerda consiga voltar a sonhar utopias e apresentar um projeto de sociedade a curto, médio e longo prazo.

Com esta candidatura espero assim propor uma política ecologista, feminista, anti-racista, anti-ciganofóbica e anti-fascista. Uma política assente na promoção da autonomia, com a introdução de um rendimento básico incondicional, da redução drástica do horário laboral e da concretização de um novo pacto verde onde à justiça ambiental se junta a justiça social.

Este é o projeto do LIVRE que me comprometo a levar à Assembleia da República. Radical nos seus propósitos mas certamente realista perante a necessária defesa do bem comum e do nosso futuro coletivo.