Naturalidade

Darmstadt

Local de Residência

Estoril

Nacionalidade

Alemã

Profissão

Professora aposentada

Apresentação Pessoal

Entrei na faculdade, na Alemanha, em 1967 e participei nas lutas estudantis da época. Empenhei-me com publicações e como activista na mobilização de solidariedade com a luta contra o racismo, o colonialismo e o neocolonialismo.

Vim para Portugal em 1975, aos 27 anos de idade, formada em ciências sociais e políticas, com um projecto de doutoramento sobre a resistência contra a ditadura que acabei de não concluir. Na altura não havia a distância necessária nem o manancial de documentação hoje disponível, base indispensável para realizar de forma sólida um trabalho desta natureza. E também é verdade que a época era demasiado conturbada e empolgante, não convidando para a reclusão académica. Membro do Partido Comunista, fui me afastando a acabei por sair, sentindo-me identificada com o espírito e a prática do MDP/CDE. Mais tarde e durante um longo período afastei-me da vida política prática. Tendo entretanto realizado uma pós-graduação em linguística e um curso de música no Conservatório Nacional dediquei-me com paixão à minha vida profissional. Leccionei durante 26 anos alemão para os estudantes de canto no Conservatório Nacional, onde participei activamente nas longas lutas da Escola, bem públicas, pela conquista de obras de requalificação, as quais, passados quase 4 anos após o compromisso “histórico” arrancado ao governo de Passos Coelho, neste preciso momento aguardam a luz verde do tribunal de contas (é preciso não só combatividade mas também muita paciência … ). Aposentei-me há 3 anos, mas estou empenhada em dar continuidade a projectos na área da minha especialização profissional por via de publicações físicas e online.

Gostaria de ter, pelo menos, três vidas para ler tudo que apetece, que também tem a ver com o facto de ler constantemente, mas devagar (pelo bem e pelo mal). Sou uma jardineira apaixonada, adoro a observação de pássaros, oiço música sempre que posso e canto num coro.

Sou membro do Livre e fui eleita para a Assembleia do LIVRE actual e anterior. A perda do meu companheiro dos últimos 35 anos tinha condicionado o meu contributo nos últimos tempos, mas sinto a necessidade e a vontade de voltar a fazer parte activa do trabalho político.

Apresentação de candidatura

Nasci em 1948, na Alemanha, 3 anos depois do fim da Guerra. O meu pai, soldado, regressou da guerra aos 23 anos de idade, a minha mãe se tinha escapado por um triz do bombardeamento da farmácia onde trabalhava, tinha ela 22. Nunca passei fome, nunca senti cair uma bomba em cima da casa, mas os álbuns de fotografias com que cresci mostraram-me a minha terra aos escombros. Em 1961 tinha eu 13 quando o meu pai estava activo como autarca na confraternização institucional com uma cidade francesa, criando laços de amizade, estabelecendo intercâmbio de jovens e autarcas. Fascismo e guerra nunca mais eram as lições aprendidas e havia a certeza que para assegurar uma paz douradora era necessário dissipar preconceitos através do contacto directo, do conhecimento mútuo, arrancando barreiras, físicas e mentais. Mal imaginava eu que, passado mais de meio século, voltasse a ser necessário batalhar-se na Europa por estes princípios.

O abale do fim da segunda guerra mundial tal como o abale do 25 de Abril em Portugal produziram paradigmas que condicionaram o espaço politico e cultural das forças da extrema direita. Entretanto foram perdendo a vergonha e a necessidade de disfarçar, cavalgando com demagogia sobre tudo que é complexo, problemático, criticável, bebendo dos descontentamentos e da sua exploração mediática independentemente da sua relatividade, estimulando ódios e ressentimentos amorfos. É o seu elixir, é disso que se alimentam e é isso que tentarão alimentar sempre. Não podendo eliminar esta realidade poderemos, sim, conter a sua dimensão: a não oferecer aos seus protagonistas e activistas mais palco do que têm; a não atribuir-lhes mais força do que têm; a não nos deixar intimidar; a enfrentá-los com calma e assertividade, enquanto partido mas também individualmente, dando o exemplo de coragem cívica aos muitos que assistem calados, com dúvidas, permeáveis ou simplesmente sem vontade de se incomodar.

O nosso contributo para o futuro da nossa sociedade passa por propostas ambiciosas, diferenciadas, equilibradas e bem fundamentadas em todas a áreas da política local, nacional, europeia e internacional: que visem a coesão social; que combatam injustiças e discriminações; que promovam uma cooperação internacional das forças e instituições democráticas e progressistas a medida da globalização económica e tecnológica; que preservem a integridade do planeta e de quem o habita. Isto é fácil de proclamar. Laborioso e muitas vezes difícil é fazê-lo. Precisamos de muitas sinergias. Mas estamos num bom caminho, a riqueza do projecto “Primavera Europeia” é disso uma demonstração bem viva. O LIVRE reúne as boas práticas da democracia interna, a audácia, a serenidade, a massa crítica e a honestidade intelectual para enfrentar os desafios do futuro. Precisamos que estas ideias sejam defendidas no Parlamento Europeu. Pelo LIVRE! Devemos e podemos fazer a diferença. Já estamos a fazer a diferença!

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