O povo colombiano não pode ser sacrificado na resposta à crise social e sanitária no país. A crise na Colômbia é também um reflexo da ausência de resposta internacional à altura da atual crise. A gestão da vacinação, nomeadamente o levantamento de patentes, tem de ser concertada a nível internacional.
Após uma proposta legislativa de aumento de impostos incidente sobre as franjas mais frágeis da sociedade colombiana, e com o agudizar da crise sanitária vivida no país, a população saiu às ruas para exigir respostas sérias por parte do Governo. No entanto, foi recebida com violência por parte das forças de segurança.
O governo colombiano, através do ministro das Finanças que entretanto se demitiu, apresentou uma reforma fiscal que tinha como objetivo aumentar impostos sobre os rendimentos mais baixos e o aumento do IVA, o que afeta de forma particular os mais pobres. O povo colombiano, face ao aumento do desemprego e perda de rendimentos, saiu às ruas exigindo uma resposta social e sanitária à crise vivida.
No entanto, o povo encontrou a brutalidade policial nas ruas, tendo morrido pelo menos 19 pessoas, com dezenas de feridos. A Colômbia está a atravessar uma terceira vaga de COVID-19, com milhares de novos casos todos os dias, e com uma vacinação demasiado lenta face à gravidade atual.
A inconstância do Governo colombiano na gestão pandémica, com medidas avulsas e intermitentes, piorou a situação social vivida no país. A ausência de coordenação internacional no combate à COVID-19, nomeadamente no que toca à vacinação, deixa os países mais vulneráveis para trás. As situações económicas, muitas vezes instáveis, limitam as respostas nacionais, pelo que é necessário um esforço global na gestão e resposta à crise.
Apenas com políticas de justiça fiscal, proporcionais e ajustadas, é possível criar bem-estar social que conduza a prosperidade. Não podem ser os mais pobres a pagar mais uma fatura de uma crise, quando já são os primeiros a sofrer as consequências ao nível de desemprego e perda de rendimento. Estes fatores aumentam a necessidade de ter políticas redistributivas que respondam às reais necessidades do povo.
O LIVRE condena o uso abusivo da força policial colombiana, manifestando solidariedade com o povo da Colômbia na luta por uma resposta justa à crise sentida no país. A resposta à crise económica não pode deixar ninguém para trás.
O LIVRE exorta ainda o governo português a assumir uma posição ativa na defesa de uma resposta concertada internacional à crise da COVID-19, nomeadamente na gestão da vacinação com o levantamento das patentes.