Voto de Pesar pelo falecimento de Luís Carmelo

Voto de Pesar pelo falecimento de Luís Carmelo

O LIVRE apresentou na Assembleia da República, na Câmara Municipal de Lisboa como também na Assembleia Municipal de Lisboa, um Voto de Pesar pelo falecimento do escritor e académico Luís Carmelo.

Luís Carmelo, escritor e académico, vencedor do Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores 1988 faleceu este domingo, dia 30 de abril, aos 68 anos.

Nascido em Évora, em 1954, a sua obra está editada em Portugal, Brasil, Espanha, Holanda, México e Colômbia. Doutorado em Semiótica pela Universidade de Utreque, Holanda, foi autor de uma obra literária e ensaística com mais de quarenta títulos na área do romance, conto, ensaio, poesia, drama, manuais da área oficinal da escrita, literatura infantil, e de um argumento para a longa metragem A Falha, de João Mário Grilo. Luís Carmelo foi também cronista no jornal Expresso, na RTP e na publicação Hoje Macau. Ensinava escrita e cultura em várias instituições.

Em Lisboa criou em 2008 e dirigiu a EC.ON – Escola de Escrita Criativa. Desde 2018, tornou-se também editor, com a Nova Mymosa, editora de títulos na área do conto, poesia e ensaio, que se propôs dar espaço a autores consagrados para publicarem textos que não têm lugar noutras editoras, mas também a novos valores literários que não encontravam espaço para publicação.

Com mais de 40 anos de carreira, Luís Carmelo foi homenageado a 22 de abril pela Câmara Municipal de Évora na Biblioteca Pública da cidade, no âmbito da Feira do Livro. O seu novo romance O Planisfério estava anunciado para junho – coincidentemente, a poucos dias de se assinalar pela terceira vez o Dia Mundial da Língua Portuguesa, a 5 de maio, tal como decretado pela UNESCO.

 

Luís Carmelo, escritor, professor de escritores, criador de comunidades de leitores, editor, cidadão solidário e generoso, escreveu em Visão Aproximada, narrativa biográfica que foi um dos seus últimos livros sobre a natureza das relações entre a

ficção e a realidade: “Bem sei que a ficção é a vida. Quando finalmente acordaste eu desapareci e lá se foi a visão aproximada. Ficará agora apenas aquela outra visão que se vai arrastando cada vez mais de si. Talvez seja essa a alma da própria saudade.” Deixa ele já muitas saudades aos admiradores da sua escrita e da sua entusiástica cidadania cultural.

 

Reunida em plenário neste dia 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, a Assembleia da República expressa o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Luís Carmelo, apresentando as suas condolências aos seus familiares e amigos.

 

Assembleia da República, 3 de maio de 2023

O Deputado do LIVRE

Rui Tavares