O que o futuro reserva à PT – Portugal Telecom é matéria de interesse nacional. Estão em jogo mais de uma dezena de milhar de empregos, um grupo empresarial com um passado de solidez estratégica e financeira reconhecida, responsável por parte muito significativa do investimento e da inovação em Portugal nas últimas décadas. A PT é hoje uma das âncoras de criação de emprego qualificado, contribuindo para a fixação em Portugal de jovens quadros altamente qualificados. Tem sido, desde há longos anos, um motor no tecido empresarial português, conciliando capacidade empreendedora e serviço público. E é uma bandeira de Portugal fora de fronteiras. Por estas razões, o que deixarmos acontecer à PT acontecerá também ao país.
Um Governo capaz e com visão estratégica não pode assistir impávido à destruição de valor da PT, não pode resignar-se a que esta empresa se descaracterize ou mesmo se desmembre.
Por isso, o LIVRE propõe que o Governo, pelos meios ao seu dispor, dê indicações à Caixa Geral de Depósitos para recomprar ações da PT, hoje fortemente desvalorizadas. Desta forma, estará a defender o futuro da PT, protegendo-a do assédio de operações financeiras oportunistas e especuladoras, não deixando de realizar um ganho considerável, comprando hoje a mesma participação que alienou a preços mais altos.
Simultaneamente, é preciso avaliar os termos de um cancelamento da fusão ainda não concluída com a companhia brasileira Oi: ou a fusão garante uma continuidade estratégica com o passado da PT, ou não deve ser prosseguida.
Propomos que o Governo, recuperada a posição do Estado na PT, empregue a sua capacidade renovada de participação nas decisões da empresa para promover uma agenda de emprego científico e de investimento em atividades económicas de alto valor acrescentado. Queremos uma PT forte para ajudar ao desenvolvimento do país e queremos um Estado empenhado no fortalecimento das empresas de valor estratégico para o país.