O momento que atravessamos é de muita gravidade e preocupação. Um pouco por todo o país têm ocorrido cheias, com especial impacto na grande Lisboa, no Alentejo e no Ribatejo.
As causas são já sobejamente conhecidas: políticas de ordenamento do território mal estruturadas que permitem, entre outras, a impermeabilização dos solos, a ocupação dos leitos de cheia e de vertentes, pondo assim em risco a vida das pessoas e os seus bens. Estas circunstâncias são atualmente agravadas pelas alterações climáticas que levam a consequências cada vez mais dramáticas devido à ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos.
Haverá, no entanto, tempo para se fazer o balanço da responsabilidade pelas ações tomadas ao longo de anos.. Neste momento, o que se impõe é a tomada de medidas tanto pelo governo como pelas autarquias afetadas para proteger as pessoas, as suas casas e os seus bens.
O LIVRE apela a todas as pessoas para que se protejam, evitando deslocações desnecessárias, optando pelo teletrabalho, sempre que possível, e não se expondo nas zonas mais afetadas pelas cheias.
Neste sentido, instamos o Governo a acionar todos os meios disponíveis de prevenção de danos e proteção das populações. Até ao momento, a falta de ação tem contribuído para um aumento do impacto da chuva intensa, como é exemplo a falta de orientações concretas da parte do Ministério da Educação relativamente ao encerramento das escolas – o que fez com que vários pais se tenham deslocado para levar os filhos à escola para momentos depois estas serem encerradas. É fundamental reforçar os meios onde necessário, e garantir uma adequada transmissão de informação pelas entidades responsáveis, locais e nacionais.
Por outro lado, caberia também aos executivos locais a articulação e adoção de medidas para mitigar o impacto deste fenómeno extremo. Nomeadamente, no caso de Lisboa e Oeiras, cabia aos respectivos presidentes de câmara, Carlos Moedas e Isaltino Morais, a atempada informação e atuação junto dos residentes e dos pais e encarregados de educação das escolas dos municípios para minimizar as consequências nefastas os danos que se esperavam – algo que consideramos não ter sido feito tendo em conta o nível de previsibilidade e de risco que se perspectivava.
Em breve será tempo de aferir estragos e perdas e também aí o governo e autarquias terão um papel determinante no apoio às pessoas e às localidades mais afetadas.
O LIVRE continuará a acompanhar a situação no país e moverá esforços no sentido de garantir a reação necessária das entidades competentes, nomeadamente através dos seus eleitos.