TAP e Secretária de Estado: LIVRE pede ao governo esclarecimento e escolhas claras contra as desigualdades salariais

TAP e Secretária de Estado: LIVRE pede ao governo esclarecimento e escolhas claras contra as desigualdades salariais

Perante a informação de que a atual Secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, terá recebido uma indemnização de meio milhão de euros, 10 meses antes de assumir o cargo, por rescisão de contrato com a TAP, o LIVRE insta o Governo a esclarecer cabalmente toda a situação, desde logo a questão legal, mas também a questão ética e política.

Segundo as primeiras informações, a indemnização respeitará as normas legais, mas, se o objetivo do governo, do qual Alexandra Reis faz parte, for criar um caminho de confiança que o momento de crise exige, e que foi transmitido na mensagem de Natal do Primeiro-Ministro, então os esclarecimentos terão que ir muito além.

A TAP é uma empresa pública, intervencionada pelo Estado e obrigada nos últimos anos a sérios cortes salariais, cortes estes que, segundo este caso indicia, não foram extensíveis à administração.

Todos os trabalhadores devem ver os seus direitos laborais reconhecidos e protegidos, incluindo indemnizações por despedimento e por rescisão de contratos. Contudo Alexandra Reis foi reconduzida no cargo de administradora da TAP pelo Governo e, após a sua saída, foi nomeada para presidente da administração da NAV.

Por isso, um Governo que escolha combater as gritantes desigualdades salariais do nosso país não pode tolerar uma situação tão discrepante com um dos seus membros, caso contrário não merecerá a confiança dos milhares de enfermeiros, professores, bombeiros, policias e tantos outros funcionários do Estado aos quais todos os dias são pedidos sacrifícios e que continuam a lutar por salários dignos, que se aproximem do nível salarial europeu.

O LIVRE espera pois do governo uma viragem na forma como se tratam as diferenças salariais dentro do próprio Estado e na economia em geral em que os cargos de topo das empresas são remunerados de forma totalmente desproporcional face aos restantes trabalhadores, concentrando riqueza e poder económico.