O LIVRE defende que as terapias não-convencionais devem pertencer ao setor do bem-estar e não da saúde.
Foi hoje dado a conhecer o Primeiro Manifesto Mundial contra as Pseudociências na Saúde, que recolheu 2750 assinaturas de cientistas e profissionais de saúde oriundos de 44 países, com o intuito de alertar para os perigos das falsas terapias.
O LIVRE apoia este manifesto pois partilha das mesmas preocupações: o que está em causa são práticas terapêuticas sem evidência científica que podem revelar-se um risco para a saúde e para o meio ambiente.
Entre as várias terapias não-convencionais, umas não têm qualquer efeito de cura, como a homeopatia ou o reiki; outras promovem a anti-vacinação, como a naturopatia; outras podem causar danos, como a acupuntura ou a quiropráxia; ou ainda causar intoxicação ou interação planta-medicamento, como a fitoterapia, a medicina tradicional chinesa ou o uso de suplementos milagrosos como o MMS – Mineral Miracle Solution. A medicina tradicional chinesa, para além de promover tratamentos não comprovados cientificamente, e baseados em superstições e pensamento mágico, recorre à captura e abate de animais colocando várias espécies em risco de extinção. Esta prática é um perigo real para a biodiversidade, não capturando apenas animais exóticos como tigres e elefantes, mas também populações nativas, como são exemplo os cavalos-marinhos da Ria Formosa.
Quanto à saúde, reforçamos: terapias não-convencionais não são medicina. Apesar dos seus promotores afirmarem publicamente que estas terapias devem ser complementares, ainda subsistem situações em que os cuidados médicos são preteridos por esse tipo de terapias. Estas situações levam a que alguns tratamentos médicos surjam demasiado tarde, prejudicando os doentes.
O LIVRE defende que algumas destas práticas devem ser consideradas práticas de bem-estar – e não de saúde – e de ser regulamentadas como tal, mantendo tanto quanto possível os postos de trabalho existentes, mas zelando pelo mais importante – a saúde dos cidadãos e do planeta.
Relembramos algumas das nossas posições anteriores sobre a importância da ciência na Saúde:
“Sobre «especialistas em medicinas alternativas» no Ensino Superior”,
“Medicina Tradicional Chinesa: uma licenciatura sem base científica”,
“Por uma medicina e um Serviço Nacional de Saúde de base científica”,
“Acerca da recomendação «Pela promoção da saúde e do conhecimento científico a nível municipal”