Os resultados das eleições para a Câmara dos Deputados e Senado em Itália confirmam as previsões avançadas durante a campanha e pelas sondagens que davam vitória à coligação de extrema-direita apoiada pela direita tradicional.
O partido vencedor, Irmãos de Itália, de génese neo-fascista, ganha poder no contexto da direita italiana aprofundando a política nacionalista, iliberal e conservadora e conseguindo liderar o governo.
Estes resultados são mais um exemplo, mas talvez o mais importante, de bons resultados da extrema-direita nos últimos tempos, como aconteceu recentemente com a Suécia.
Num sistema político que passou a beneficiar coligações, a esquerda e outras forças progressistas que têm em comum a defesa de um modelo económico inclusivo de combate às desigualdades e às alterações climáticas falharam ao não se aliarem, dividindo votos e favorecendo a direita.
Agora o próximo governo promete retrocessos em direitos adquiridos como o aborto, uma política anti-imigração e anti-refugiados ainda mais agressiva e uma postura euroceptica no quadro europeu.
De notar ainda os níveis de abstenção cerca de 10% mais elevados do que em 2018.
A Aliança Esquerda Verde alcançou cerca de 3,54%, resultado que o LIVRE congratula. Contudo, perante a gravidade dos problemas atuais, da guerra na Ucrânia à crise climática, a esquerda falha na mobilização dos cidadãos para o voto.
O LIVRE olha com inquietação para os resultados das eleições italianas, reiterando a necessidade em repensar as estratégias das forças democráticas, pela defesa da Liberdade, da Democracia e da Europa.