Juntos venceremos, divididos não

Juntos venceremos, divididos não

O povo britânico votou hoje a saída do Reino Unido da União Europeia, depois de uma a campanha fortemente marcada pela desinformação, pela xenofobia, pelo medo e pelo trágico assassinato da deputada trabalhista Jo Cox. Esta é também uma derrota das esquerdas progressistas britânica e europeia que estiveram na linha da frente da defesa do “Bremain”.

Este resultado evidencia aquilo que o LIVRE tem vindo a afirmar desde a sua fundação: muito tem de mudar na União Europeia para que os cidadãos se sintam próximos das suas instituições, para que apreendam o projeto de construção europeia como sendo seu e para que sintam que nele podem ter voz ativa. É urgente uma extensa reforma das instituições europeias: mais abertura, mais transparência e mais democracia. É preciso um 25 de abril para a Europa!

Lamentamos profundamente o resultado do referendo, mas respeitamos a decisão do povo britânico. No entanto, não podemos deixar de expressar a nossa preocupação com o enquadramento futuro dos emigrantes portugueses residentes no Reino Unido e apelamos ao governo português que reforce as equipas de diplomatas naquele país para que os nossos concidadãos sejam devidamente acompanhados neste período de incerteza.

É com apreensão que assistimos, mais uma vez, ao crescente apoio a forças de extrema-direita na Europa favoráveis à desintegração da União, que fundamentam o seu discurso no medo e no nacionalismo e que se alimentam das terríveis consequências das políticas de austeridade e da indiferença de uma elite europeia que não soube estar à altura das expectativas dos 500 milhões de cidadãos europeus.

Neste referendo, a esmagadora maioria dos eleitores mais jovens votou a favor da permanência: estas gerações percebem que querer construir a UE é querer construir um projeto democrático, sustentável e que luta por uma prosperidade partilhada. No entanto, só alcançaremos estes objetivos com uma forte mobilização de todos os que, na Europa e no resto do mundo, compreendem que só com mais União é possível estar à altura dos grandes desafios do nosso tempo, dos conflitos globais às alterações climáticas, da fome e das migrações à progressiva escassez de recursos. Hoje, para estarmos à altura, vai ser necessário juntar as forças de todos os progressistas que pretendem reformar a União Europeia.

Neste início de século XXI, a escolha far-se-á entre nacionalismos e refundação do projeto europeu. O LIVRE aposta com convicção num destino coletivo dos cidadãos europeus mas o status quo não é opção: exige-se transparência e revisão imediata dos mecanismos de tomada de decisão. Os governos europeístas, os cidadãos que acreditam que é possível transformar a Europa, as forças partidárias progressistas e os movimentos pan-europeus devem, todos juntos e sem diferenças de tratamento, optar sem mais tardar por uma União Europeia da cidadania.

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