LIVRE apela a justiça rápida contra destruição de Património Arqueológico no Alentejo

LIVRE apela a justiça rápida contra destruição de Património Arqueológico no Alentejo

No Alentejo, foi arrasada deliberadamente uma Anta do Neolítico para plantação intensiva de amendoal. A destruição desta estrutura megalítica e de outros vestígios arqueológicos na mesma área, que teve lugar na Herdade Vale da Moura, em Torre de Coelheiros, freguesia do Concelho de Évora, foi um atentado a um património que pertence a todos nós e que é particularmente importante por nos ajudar a compreender o processo de evolução humana nesses territórios. 

O caso aumenta de gravidade por o proprietário da empresa que explora o terreno da herdade ter sido informado previamente, pelas entidades competentes, como a Direção Regional de Cultura do Alentejo, da importância arqueológica do local, das áreas delimitadas para utilização, das restrições ao empreendimento e que o sítio arqueológico estava salvaguardado no Plano Diretor Municipal de Évora. 

O potencial lucro para uma única pessoa, advindo de meia dúzia de amendoeiras que seriam plantadas naquele local, nunca compensará nem justificará o dano irreparável feito a um património de todos nós. 

A infração já foi alvo de uma queixa-crime pela Direção Regional de Cultura do Alentejo ao Ministério Público de Évora e a Polícia Judiciária já se deslocou ao local para analisar os estragos realizados numa das cinco antas existentes naquela herdade. Em causa está o crime de destruição de património e vestígios arqueológicos.

O LIVRE condena este ato de destruição de património pré-histórico, pede que se execute com a máxima celeridade uma avaliação pericial com recurso a trabalhos arqueológicos na área em que se encontrava a anta e arredores, e apela a que se faça justiça de modo célere, firme e exemplar. É importante que este ato criminoso não passe impune e não se repita, até porque a plantação de agricultura intensiva tem estado associada à destruição de património arqueológico no país.