Sobre o centro comercial previsto para a zona da antiga estação ferroviária da Boavista
O projeto de instalação de um grande centro comercial na Rotunda da Boavista, nos antigos terrenos da estação ferroviária, é conhecido desde 2000. É uma pretensão que antecede a conclusão da Casa da Música, a estação de Metro e toda uma cidade que se renovou e se transformou nos últimos 25 anos.
As contestações populares a este empreendimento são tão antigas quanto o próprio projeto e resumem-se numa ideia simples: um terreno público deve manter o seu uso público — ainda mais numa cidade onde o espaço é cada vez mais valorizado.
A posição do LIVRE
O LIVRE defende que aquele espaço deve ser mantido ao serviço do interesse público, mesmo que para isso seja necessário rever um processo com mais de 25 anos, pensado e projetado para uma cidade que já não existe e que não responde às necessidades da população.
O que o LIVRE propõe (com diálogo e participação da população):
- Reversão dos terrenos para a esfera pública, garantindo o seu uso coletivo.
- Habitação pública, em especial para famílias jovens e estudantes.
- Um parque público acessível, com:
- verdadeiros espaços verdes,
- parque infantil,
- equipamentos desportivos,
- mobiliário urbano de qualidade.
- Manutenção, conservação, restauro e musealização da antiga estação ferroviária da Boavista.
Esta foi a primeira estação de caminho de ferro do Porto, inaugurada em 1875, há quase 150 anos. Ironicamente, quase os mesmos 144 anos que agora se pretendem ceder, em direito de superfície, a um grande grupo privado.
O que está em causa
A contínua privatização do espaço público na cidade do Porto, promovida ao longo dos anos pela autarquia e com a conivência do Estado central, tem tido consequências nefastas para a cidade e para as suas populações.
Esta decisão é mais um exemplo da incapacidade dos decisores políticos em dar respostas às verdadeiras necessidades da população.
O LIVRE Porto defende uma cidade virada para um futuro mais verde, mais participada, mais atenta e próxima das necessidades dos seus cidadãos.