Plano Costa Silva é um regresso às políticas do passado

O LIVRE exige que o processo de definição da visão estratégica para Portugal seja estendido no tempo, e que sejam criados mecanismos para uma verdadeira consulta pública, acessível a todos e a todas.

Para pensar um futuro, mais inclusivo e mais sustentável, não podemos usar as lógicas do passado. No entanto, o Plano Costa Silva pensa o futuro mantendo os pressupostos do passado. Tanto no seu conteúdo como na sua forma, este Plano é um reflexo de um modelo de desenvolvimento que serve poucos, e deixa muitos de fora.

 

A visão de futuro do Plano Costa Silva é insuficiente no que toca ao problema das  alterações climáticas, não aborda a perda de biodiversidade e a destruição de habitats e passa ao lado da degradação da qualidade de solos e água. A referência à utilização dos denominados recursos do mar vai no sentido oposto àquele que é necessário ao modelo de desenvolvimento ecológico e solidário do futuro.

A próxima década será estruturante para definir o modelo de desenvolvimento que irá marcar o resto do século XXI, pelo que é fundamental que consigamos mudar o paradigma de bem-estar e desenvolvimento, em Portugal, na Europa e no Mundo. 

O LIVRE defende que o foco do desenvolvimento tem, necessariamente, de estar dissociado do crescimento económico, e centrado no bem-estar e qualidade de vida de todas e todos. A visão estratégica de longo prazo tem por isso de estar baseada nas ideias de partilha e comunidade: a partilha de bens comuns, de riqueza, de conhecimento, do trabalho e do tempo.

Até a própria forma de elaboração deste plano estratégico é um reflexo do seu desajustamento face às necessidades atuais. Um plano construído por um homem só, com um processo de consulta pública realizado em pleno mês de agosto e que termina hoje.

O LIVRE exige que o processo de definição da visão estratégica para Portugal seja estendido no tempo, e que sejam criados mecanismos para uma verdadeira consulta pública, acessível a todos e a todas.

O nosso futuro é de todos e todas. Temos de o criar de forma comum e partilhada, e não repetindo os mesmos métodos e pressupostos ultrapassados que trouxeram bem-estar para poucos.

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