Por uma educação centrada no aluno e na comunidade

Por uma educação centrada no aluno e na comunidade

Turmas mais pequenas, novas atividades extra-curriculares, aulas ao ar livre e fora da escola, professores de grupos de risco como tutores, aumento de psicólogos na escola, abolição dos exames, apoio de recursos aos alunos e flexibilidade para as escolas tomarem as suas decisões são propostas do LIVRE já para o próximo ano letivo mas que se querem de forma permanente.

A sociedade terá de viver com o vírus da COVID-19 por tempo indeterminado e o sistema de ensino e as famílias terão de adaptar-se a essa nova realidade.

O LIVRE considera essencial que o Ministério da Educação e o Governo tudo façam para que a pandemia não acentue as desigualdades sociais através do sistema público de ensino. Além disso, a pandemia não deve desviar-nos do caminho de transformação da educação e da escola para um ensino profundamente integrado e centrado no aluno.

Assim, o LIVRE defende as seguintes medidas já para o próximo ano letivo, mas que sejam implementadas de forma permanente no nosso sistema de ensino:

  • Reduzir fortemente o tamanho das turmas, permitindo uma maior e mais eficaz relação professor-aluno, incentivando aulas e outras atividades fora da sala de aula e da própria escola, incluindo ao ar livre e em edifícios públicos ou equipamentos colectivos em torno da escola, numa lógica de ensino mais prático e menos teórico, contratando mais professores e assistentes operacionais;
  • Durante o próximo ano letivo, implementar atividades extra-curriculares que permitam proporcionar experiências e aprendizagem que compensem os alunos pelo afastamento da escola durante os últimos meses;
  • Proteger os professores mais velhos e com doenças crónicas, oferecendo a esses professores a possibilidade de darem apoio ao estudo, serem tutores dos alunos com mais dificuldades, para que contactem com menos alunos e fora do contexto de sala de aula. Através da contratação de docentes mais novos que rejuvenesçam a profissão e atualizem o paradigma de ensino-aprendizagem, estaremos também a mobilizar novos conhecimentos e a promover o trabalho cooperativo entre professores;
  • Reforçar o número de psicólogos nas escolas, para acompanhamento dos alunos e identificação de situações de risco
  • Descentrar o processo de ensino-aprendizagem da avaliação, abolindo os exames do ensino secundário, como é sugerido pela OCDE em vários relatórios;
  • Tirar partido do processo de ensino-aprendizagem à distância ocorrido durante este período pandémico, para implementar modelos complementares ao ensino presencial, em todos os níveis, com o objetivo de minimizar desigualdades e reduzir deslocações, sobretudo em época de pandemia;
  • Reforçar a atribuição de apoios sociais diretos e indiretos aos estudantes, quer a nível da alimentação e transporte, quer na atribuição de equipamentos tecnológicos e internet gratuita, mantendo a aposta na qualidade e efetiva gratuitidade do sistema público de ensino;
  • Manter e aprofundar os conteúdos acessíveis do “Estudo em Casa” na RTP”
  • Assegurar o fornecimento de condições tecnológicas e de formação a professores 
  • Envolver toda a comunidade escolar, incluindo os alunos, na organização e gestão do ano letivo, inclusive  nas decisões que inevitavelmente terão de ir sendo tomadas por força da pandemia.