Perante um candidato que põe em causa a Democracia, os direitos humanos e o futuro do planeta, a alternativa é o voto no candidato democrata e progressista. O combate político só pode continuar se a Democracia for salvaguardada. Foi esta a posição que assumimos na eleição Le Pen vs Macron e é esta a posição que mantemos na eleição Bolsonaro vs Haddad.
Todos os processos eleitorais democráticos são momentos de escolha entre projetos alternativos e até antagónicos. Mas o Brasil está hoje na encruzilhada entre a continuação da própria Democracia e a eleição de um elemento fascista assumidamente militarista, racista, homofóbico e misógino.
A agenda de Bolsonaro é, em termos sociais, o nacionalismo mais violento e opressor de quaisquer minorias e, em termos económicos, a desregulação completa da economia e o neoliberalismo mais agressivo. Esta agenda não afetará apenas o Brasil – o seu impacto será sentido em toda a América Latina e no mundo.
A eleição de Bolsonaro implica também enormes riscos ambientais à escala planetária. Apesar da importância que a Amazónia tem para o futuro do planeta, Bolsonaro pretende apostar na exploração intensiva e irreversível dos recursos naturais que alberga, pondo em risco a fonte de 20% do oxigénio do planeta e um dos maiores sumidouros de dióxido de carbono. Bolsonaro quer ainda retirar o Brasil do Acordo de Paris, praticamente inviabilizando os esforços das outras nações no combate mundial às alterações climáticas. Estes são riscos que o planeta não pode correr.
Fernando Haddad, pelo contrário, é assumidamente um defensor da Democracia e tem um compromisso sério com a transição ecológica e com a Democracia no Brasil, com provas dadas enquanto Ministro da Educação e Prefeito de São Paulo. Juntamente com Manuela d’Ávila, candidata a Vice-Presidente, Haddad é a única alternativa de voto nas eleições de dia 28 de outubro.
Como em momentos anteriores, seja nos Estados Unidos ou em França, perante a ameaça do nacionalismo violento e autoritário, os democratas de todos os quadrantes políticos devem unir-se numa ampla frente democrática, de modo a garantir que haja sempre espaço para combate político.
Este comunicado foi aprovado por unanimidade no Conselho da Primavera Europeia de 26 de outubro de 2018, em Frankfurt, pelos partidos e movimentos:
LIVRE de Rui Tavares (Portugal)
Génération.s de Benoît Hamon (França)
DiEM25 de Yanis Varoufakis (UE)
DemA (Itália)
Razem (Polónia)
Alternativet (Dinamarca)
MeRA25 (Grécia)
Bündnis DiEM25 (Alemanha)
Demokratie in Bewegung (Alemanha)
Nouvelle Donne (França)