Referendou-se na República da Irlanda o direito à liberdade

Referendou-se na República da Irlanda o direito à liberdade

Em 1983, foi votada por uma maioria de 67% dos irlandeses a 8.ª emenda à Constituição, equiparando os direitos do feto aos direitos da mulher grávida, o que na prática levou à proibição do aborto em quaisquer circunstâncias.

Em 2013, na sequência de um caso dramático, o aborto passou a ser permitido em caso de grave risco para a saúde da mãe. No entanto, foi necessário que passassem quase 35 anos para que na sexta-feira, 25 de maio de 2018, os irlandeses anulassem histórica, expressiva e finalmente a 8.ª emenda com o seu voto. Num referendo em que 64% dos eleitores votaram, 66,4% dos votos foram a favor de eliminar esta emenda à Constituição.

As mulheres poderão agora interromper a gravidez nas primeiras 12 semanas com acompanhamento médico e após esse período em casos de risco de saúde para a grávida, malformações do feto ou em caso de violação ou incesto.

Ganharam os direitos das mulheres irlandesas e ganhou a liberdade.

Mas continua a haver nações europeias onde abortar é crime: Polónia, Irlanda do Norte, Chipre e – principalmente – Malta. Estaremos sempre do lado dos movimentos e partidos destes países que lutam pela despenalização e pela garantia de condições dignas e humanas para as mulheres. Para que os direitos das mulheres e a sua liberdade não dependam do país onde nasceram nem do país onde vivem.