O debate sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa já leva mais de meio século e já teve de tudo menos aquilo que nos dias de hoje é imprescindível: uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) sem cartas marcadas e sem localizações limitadas como o LIVRE vem defendendo. É por isso lamentável que o governo tenha decidido hoje, através de despacho do Ministério das Infraestruturas e Habitação, deitar para o caixote do lixo a AAE, mesmo com todos os seus defeitos e limitações que tinha prometido fazer a um número reduzido de opções de localização para novo aeroporto.
Para além disso, o governo ensaia uma fuga para a frente, evitando escolher entre localizações, para nos dar aquela que pode vir a revelar-se a pior das decisões possíveis; fazer já um aeroporto na localização com mais impactos ambientais negativos, e deixar para as calendas o aeroporto que o próprio governo reconhece ter mais vantagens do ponto de vista das decisões estratégicas.
Não é possível de manhã defender o ambiente na Conferência dos Oceanos e à tarde decidir fazer um aeroporto num estuário em terrenos pouco consolidados e com impactos sobre ecossistemas frágeis. Esta é uma clara imagem do que não se deve fazer, do que era suposto já se ter aprendido, não há desenvolvimento ao mesmo tempo que se ignora o impacto ambiental do mesmo. O que deve ser feito é, tal como o LIVRE defendeu num projeto de resolução sobre o desenvolva um Plano Nacional Aeroportuário, sujeito a Avaliação Ambiental Estratégica, submetido na passada semana. Vê aqui o projeto de Resolução