O LIVRE apresentou, no dia 17 de maio, um voto de pesar pela morte da jornalista Shireen Abu Akleh, aprovado por unanimidade.
Voto de Pesar
Shireen Abu Akleh
Shireen Abu Akleh, jornalista palestiniana e norte-americana, foi assassinada no dia 11 de maio de 2022 na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, junto ao campo de refugiados. O tiro na cabeça foi-lhe fatal, apesar de estar a usar um capacete e de ter um colete que a identificava como jornalista. O jornalista Ali Samodi foi também baleado, tendo sobrevivido aos ferimentos.
Shireen Abu Akleh nasceu a 3 de janeiro de 1971, em Jerusalém. Viveu na Palestina, nos Estados Unidos da América e na Jordânia, onde se formou como jornalista. Trabalhou mais de 25 anos na Al Jazeera e era uma das mais influentes repórteres na cobertura da ocupação israelita na Palestina.
Em comunicado, a Al-Jazeera acusou Israel “Num trágico assassínio premeditado que viola as leis e as normas internacionais, as forças de ocupação israelitas mataram, a sangue frio, a nossa jornalista”, responsabilizando o governo israelita.
O assassinato de Shireen Abu Akleh foi condenado, de forma unânime, pelo Conselho de Segurança da ONU, que exigiu uma investigação imediata, transparente e imparcial.
Também o funeral de Shireen Abu Akleh representou mais uma forma de repressão e violência, com um ataque das forças israelitas sobre a multidão que acompanhava o caixão. As imagens, chocantes, correram o mundo e mereceram a condenação geral, levando à abertura de uma investigação pela polícia israelita.
O ataque a jornalistas configura um crime de guerra. Segundo o Ministério da Informação palestiniano, desde 2000, foram mortos pelo exército israelita pelo menos 45 jornalistas palestinianos. Estes crimes de guerra sedimentam a violência de Israel sobre a Palestina, a ocupação ilegal de Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, as políticas de despejos e ocupação israelitas.
Assim, a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida na sua sessão plenária de 17 de maio de 2022:
- Expressa o seu mais profundo pesar pela morte de Shireen Abu Akleh, guardando um minuto de silêncio;
- Condena veementemente o assassinato de Shireen Abu Akleh, jornalista em exercício das suas funções.