Num país que viu sair mais de 200 mil cidadãos nos últimos dois anos, é fundamental que se garanta que aqueles que saem, muitas vezes empurrados pela crise, não vejam os seus direitos reduzidos. Desde a sua formação, o LIVRE tem assumido a defesa dos direitos dos portugueses emigrados, incluindo a sua capacidade para participar plenamente na vida cívica e política nos países de acolhimento. Prova disso foi a redação do “Desafio à Diáspora” no final de 2013, bem como o comunicado sobre o deficiente funcionamento de alguns Consulados, dificultando o acesso à informação e aos serviços que aí deveriam ser prestados.
O LIVRE defende que aqueles que deixaram o país não podem ver os seus direitos restringidos e, como tal, é com grande apreensão que vê o facto de dezenas de portugueses, bem como outros cidadãos europeus, terem sido impedidos de votar nas eleições ao Parlamento Europeu no Reino Unido. Neste país, a eleição teve lugar na quinta-feira, 22 de maio, em simultâneo com as eleições locais. Embora tenham procedido ao recenseamento eleitoral, sendo disso prova o facto de terem votado para as eleições locais, o voto nas eleições ao Parlamento Europeu (para a eleição dos parlamentares do Reino Unido) não foi autorizado por, alegadamente, não terem devolvido uma carta recenseadora específica para aquela eleição. O problema é que tal carta nunca chegou às caixas de correio dessas dezenas de portugueses que assim, quando se apresentaram na mesa de voto, se viram impedidos de utilizar o seu direito cívico e de expressar a sua preferência eleitoral.
Contactado por portugueses associados a movimentos de emigrantes no Reino Unido, o LIVRE exprime a sua preocupação por esta situação e informa que fará um pedido de informação oficial à Embaixada do Reino Unido em Portugal, de modo a averiguar o que deu origem a esta situação, para que se possa evitar a sua repetição. Num período tão crítico para o futuro do projeto europeu e quando as sondagens no Reino Unido apontam para uma vitória de um partido anti-UE e anti-imigração, esta situação torna-se ainda mais grave. O LIVRE exprime assim a sua solidariedade para com os portugueses emigrados afetados por esta situação, assumindo a sua disponibilidade para ajudar a corrigi-la.