Nos últimos dias, em consequência do ataque suicida do passado dia 20 de julho em Suruç, que vitimou 32 pessoas, o estado turco deu início a uma série de ataques em território do Curdistão, tanto território turco, como sírio e iraquiano. Estes ataques colocam em risco o cessar-fogo entre o partido dos trabalhadores do curdistão (PKK) e o Estado turco, em vigor desde março de 2013.
O Partido Democrático do Povo (HDP, pró-curdo e pró-minorias) que tem, desde a sua formação, apelado à procura de uma solução pacífica e duradoura para o conflito turco-curdo, conseguiu nas eleições gerais turcas do passado dia 7 de junho ultrapassar a barreira legal dos 10% dos votos, o que permitiu ao partido entrar no parlamento. No entanto, quase dois meses após a eleição e na ausência de uma maioria absoluta do AKP, continua por se formar um governo na Turquia. Em comunicado, o HDP alertou para o facto de esta vaga de ataques poder ter como objetivo provocar o reinício do conflito com o PKK que, associado à indefinição parlamentar, poderia ser utilizado como pretexto para convocar novas eleições até ao final do ano. Deste modo, o AKP do presidente Erdogan poderia tentar o que não conseguiu há dois meses: a maioria absoluta e o afastamento do HDP do Parlamento.
O LIVRE, como partido que defende a solidariedade internacional e a procura de soluções pacíficas para os diferentes conflitos, vem por este meio demonstrar a sua solidariedade com o HDP e com os povos turco e curdo na sua batalha por uma solução democrática, justa e equilibrada.
Imagem: Alan Turgutoglu