1.º de Maio, uma história de futuro

1.º de Maio, uma história de futuro

O 1º de Maio é um dia de manifestação e luta pela dignidade das condições de trabalho e de vida. O LIVRE apoia as forças sindicais e movimentos de luta pelos direitos laborais, hoje e sempre.

Neste 1º de Maio, apesar das lutas por tempo de descanso, saúde e vida familiar e social serem dadas como garantidas por alguns, como a semana de trabalho de cinco dias e as oito horas de trabalho diário, cada vez menos pessoas conseguem usufruir dos direitos conquistados pelas trabalhadoras e trabalhadores ao longo do tempo e com tanto sofrimento. Assistimos a uma precariedade generalizada e cada vez mais abrangente das carreiras profissionais e a uma perda consistente, de consequências cada vez mais graves, de poder de compra quer das classes médias e quer da população mais vulnerável.

Importa renovar as nossas lutas e repensar um mundo em que as desigualdades sociais e de rendimentos são cada vez maiores e em que muitas pessoas trabalham e não ganham o suficiente para viver dignamente. 

Por isso o LIVRE tem defendido o aumento progressivo do salário mínimo tendo em vista atingir o valor de € 1000 no final da legislatura, mas também a expansão de outros direitos sociais, como o alargamento do subsídio de desemprego.

No contexto da atual crise climática e ambiental importa repensar como e quanto trabalhamos e conjugar os esforços das lutas laborais e ecológicas.

O aumento do tempo disponível para todos através da implementação a prazo das 30 horas semanais é uma reivindicação de continuidade da luta pela qualidade de vida mas também contribuirá para diminuir o impacto poluente e o consumo de recursos associados às deslocações entre trabalho e casa e a semanas de trabalho com horários cada vez mais desregrados e prolongados.

É também essencial que o trabalho do cuidar, na maioria dos casos entregue às mulheres, seja realmente valorizado e que seja remunerado através da universalização do programa-piloto dos cuidadores informais. Numa sociedade cada vez mais envelhecida e em que as mulheres há muito entraram no mercado de trabalho, alguém que cuida a tempo parcial ou inteiro de um ente querido, trabalha a tempo parcial e inteiro e precisa de rendimentos para viver como qualquer outra pessoa.

Também o Rendimento Básico Incondicional é uma medida que o LIVRE encara como fundamental para libertar as pessoas e por isso temos defendido a criação de programas piloto para o estudo da sua implementação.

O 1.º de Maio é um dia que tem a sua origem nas lutas laborais e sindicais do século XIX e dos movimentos sociais que foram o embrião de ideias revolucionárias mas que hoje damos como adquiridas como as 40 horas semanais, o fim-de-semana, férias pagas ou o princípio de salário igual para trabalho igual. Mas a libertação dos trabalhadores é uma luta com futuro e cabe-nos agora pegar neste estandarte e dar-lhes continuidade no século XXI.