A repetição da segunda volta da eleição presidencial austríaca, disputada entre Norbert Hofer – o candidato da extrema-direita populista – e Alexander Van der Bellen – o candidato ecologista e europeísta – é um sintoma dos tempos que se vivem na Europa. Como noutros países da União Europeia, da crise dos partidos sociais-democratas e conservadores que tradicionalmente alternavam no poder, surgem os nacionalismos e a extrema-direita que ameaçam a democracia e o projeto europeu, mas surge também a esperança que novas propostas progressistas, anti-austeritárias e ecologistas possam relançar uma Europa democrática e dos cidadãos.
Os austríacos confirmaram o resultado de maio passado e elegeram Alexandre Van der Bellen para a Presidência, fazendo história ao escolher um candidato apoiado por um partido ecologista progressista. Confirmaram também a derrota – mas por pouco – do candidato da extrema-direita.
O LIVRE alegra-se novamente que estas eleições, simbolicamente decisivas para a grande batalha política do nosso tempo, tenham sido ganhas por Alexandre Van der Bellen, o candidato que nos oferece a vitória da esperança numa Europa democrática, solidária e aberta ao futuro, sobre o medo de uma Europa austeritária, fechada sobre si própria e de costas voltadas para o mundo.
A vitória de Van der Bellen, após o Brexit e a eleição de Donald Trump nos EUA, traz também a todos os progressistas a esperança de ser este o momento de viragem que vai parar o efeito dominó da extrema-direita na Europa e na América. As atenções viram-se agora para as presidenciais francesas e legislativas alemãs no próximo ano, onde se travarão as batalhas decisivas pelo projeto europeu.
Destas eleições e das recentes vitórias do populismo xenófobo retiramos a lição que apenas candidatos e candidaturas que ousem contestar diretamente e pôr em causa os ideais xenófobos e nacionalistas da extrema-direita conseguirão sair vencedoras. Apenas a afirmação sem tibieza dos valores do universalismo, da abertura, da igualdade e da solidariedade poderão sair vencedores perante a vaga populista. É essa ousadia que esperamos agora dos nossos concidadãos progressistas franceses e alemães.
Fonte da Imagem: www.facebook.com/alexandervanderbellen