LIVRE alerta para situação agudizante em Moçambique

LIVRE alerta para situação agudizante em Moçambique

A insurgência em Cabo Delgado, em Moçambique, surgiu no final de 2017, protagonizada por grupos armados. Estes grupos têm provocado vários ataques e atentados na região moçambicana, tendo já vitimado mais de 1.000 pessoas e provocado o êxodo de outras 250.000.

 A situação tem vindo a deteriorar-se: os  ataques recorrentes limitam acessos e provocam a destruição de habitações e infraestruturas, em particular no distrito de Macomia,   o que faz com que a assistência humanitária que chega à região não seja suficiente para as necessidades, registando-se fome e a eclosão de doenças entre a população.  Os grupos armados têm vindo a conquistar e dominar mais territórios na região de Cabo Delgado, o que evidencia que a situação ainda está por controlar.

A União Europeia tem providenciado apoio às tropas moçambicanas ao nível de treino, logística e serviços médicos. No seguimento do pedido de ajuda do governo moçambicano à UE, foi reforçado um programa com o objetivo de desencorajar o recrutamento e a radicalização. Esse programa inclui projetos para a juventude e sociedade civil, para o reforço de competências e para a criação de emprego.

A situação em Moçambique, com uma economia vulnerável e dependente de ajuda externa, agravada pelos ciclones de 2019 que afetaram gravemente várias infraestruturas do país, é particularmente frágil devido ao esforço de guerra que o governo moçambicano se viu obrigado a fazer.

Apesar do governo moçambicano ter, até agora, recusado intervenção por parte da ONU, é fundamental que a comunidade internacional esteja mobilizada para a ajuda humanitária à população moçambicana. Todas as intervenções devem ser realizadas num quadro de cooperação internacional, com particular relevo para Portugal que deve ser uma voz ativa no contexto europeu.

O LIVRE manifesta a sua preocupação com a evolução da insurgência em Cabo Delgado, Moçambique, urgindo o governo português a ser uma voz ativa na comunidade internacional, alertando para a situação dramática vivida pelo povo moçambicano, mobilizando recursos para a ajuda e cooperação.